O Ministério Público de Goiás (MP-GO) informou neste domingo (9) que já apurava denúncias de abuso sexual envolvendo o médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, 76 anos, de Abadiânia, no interior goiano, antes mesmo da divulgação de casos. As investigações estão em curso e devem se intensificar nos próximos dias com a criação de força tarefa para tomar depoimentos.
A promotora Gabriela Manssur, de São Paulo, informou que, desde que as suspeitas foram reveladas no programa Conversa com Bial, da TV Globo, foi procurada por mais de 200 mulheres que também fazem relatos semelhantes – ela participou da entrevista exibida na madrugada de sábado. Há casos que teriam ocorrido com adolescentes.
Segundo o Ministério Público, outras denúncias foram encaminhadas à Polícia Civil do Estado de Goiás (PC-GO) ainda no primeiro semestre deste ano para que fossem investigadas. Procurada, a assessoria de imprensa da Polícia Civil confirmou que existe um inquérito em curso na Delegacia Estadual de Investigações Criminais há cerca de três meses. O caso está sob sigilo. Ainda de acordo com a Polícia Civil, mais mulheres procuraram delegacias no fim de semana alegando terem sido vítimas de João de Deus.
Reconhecido por atuar há 42 anos em seu “hospital espiritual”, João de Deus é acusado pelas supostas vítimas de abusos praticados dentro da Casa Dom Inácio de Loyola, fundada em 1976, em Abadiânia. Nos relatos, as mulheres dizem que visitaram o local como pacientes, em busca de tratamento espiritual, mas foram surpreendidas pelo comportamento do médium.
No domingo, uma gaúcha de 36 anos, que não teve o nome divulgado, afirmou ter sofrido abuso do médium. Antes dela, outra mulher do Rio Grande do Sul também o acusou ao jornal O Globo.
O advogado Alberto Toron, que defende o médium, afirmou ao Fantástico, da TV Globo, que o cliente nega as acusações e que ele está à disposição da Justiça para esclarecimentos. Além disso, declarou que os atendimentos são realizados, por padrão, em grupo, e não individualmente.