O luxuoso Paris Sain-Germain começa a ter problemas: o uruguaio Edinson Cavani e o brasileiro Neymar bateram de frente na hora de decidir quem cobraria uma falta e o pênalti, durante a partida de domingo contra o Lyon, o primeiro sinal de uma briga de egos da equipe.
Quando o árbitro apitou o fim da partida no Parque dos Príncipes, Cavani não parecia ter muita vontade de comemorar a vitória. O atacante deixou o gramado cabisbaixo e rapidamente foi para o vestiário sem olhar para os torcedores. Mais tarde, evitou os jornalistas na zona mista.
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Entre a saída de Zlatan Ibrahimovic e a chegada de Neymar, o uruguaio era encarregado de bater todas as cobranças de pênalti. A partir da contratação do brasileiro pelo valor recorde de 222 milhões de euros, as coisas parecem ter mudado.
Neymar chegou ao PSG para tentar elevar o clube a outro patamar, mas também para se tornar o melhor jogador do mundo. Para ganhar a sonhada Bola de Ouro, o brasileiro quer fazer o maior número de gols possíveis pelo novo time.
Quando Kylian Mbappé sofreu pênalti aos 33 minutos do segundo tempo, Neymar foi pedir para bater. Mas tinha um Cavani no meio do caminho. O camisa 9 negou ceder a cobrança e acabou parado pelo goleiro do Anthony Lopes, que fez bela defesa e ainda contou com a bola explodir no travessão.
Neymar já tinha se aproximado de Cavani nos pênaltis contra Saint-Etienne e Celtic, na última terça-feira pela Liga dos Campeões. Mas o primeiro enfrentamento entre os sul-americanos foi no domingo.
Mais cedo, aos 12 minutos do segundo tempo, o PSG tinha falta perto da área para cobrar. O brasileiro Dani Alves escondeu a bola de Cavani e entregou para Neymar bater. Tudo isso sob protestos do uruguaio.
A briga de egos é iminente e o técnico Unai Emery precisa intervir para acalmar os ânimos. Em coletiva de imprensa, o espanhol se manteve prudente, mas não esclareceu o acontecido.
— Existe um acordo de cavalheiros em campo para bater os pênaltis. Depois, vamos nos arrumar internamente para os pênaltis que chegarem, porque acho que os dois são capazes de bater e quero que eles se alternem — contou Emery.
— Entre atacantes, é normal — relativizou o meia Adrien Rabiot, que deixou a entender que o combinado original era que Cavani batesse os pênaltis. — Corresponde a eles combinarem, podem se alternar e acho que não seria ruim — acrescentou.
O zagueiro Presnel Kimpembe foi mais breve:
— O que bater, bate.
Cavani chegou ao PSG em 2013 e terminou a última temporada com 49 gols em 50 jogos. Foi a maneira de espantar a sombra de Ibrahimovic após três temporadas do sueco em Paris. O uruguaio jogou esse período pelos lados, fora da posição original de centroavante.
Com as chegadas de Neymar e Mbappé, Cavani perdeu a posição de protagonista da equipe. No entanto, o camisa 9 não parece disposto a ver sua importância no time diminuir.
O jogador foi tirado da Napoli por 64 milhões de euros há quatro anos e quer manter a posição no trio "MCN". Mas o craque brasileiro e o prodígio francês parecem ter tomado o ataque.