A greve dos médicos de Caxias do Sul completou cinco meses. Entre o início do movimento, em 17 de abril, e o dia 1º de setembro, 32 mil consultas deixaram de ser realizadas na rede pública de saúde, incluindo Unidades Básicas de Saúde, Centro Especializado de Saúde e Cais Mental. O dado é da Secretaria Municipal da Saúde, que informa que a adesão diária à greve, no mês de agosto, foi de 5%. Já o representante da comissão de greve dos médicos, André Pormann, afirma que a adesão é de 40%.
Entre o início do ano e o dia 6 de setembro, 82 médicos deixaram a rede pública de saúde, enquanto que, no mesmo período, 50 novos profissionais assumiram efetivamente seus cargos, sendo 29 concursados e 21 por contrato emergencial. Outros 49 médicos foram chamados, mas não assumiram, e 37 estão com o processo em andamento.
Dos 82 médicos que deixaram a rede pública, 37 foram por exoneração, 13 por término do contrato temporário e outros 27 pediram rescisão de contrato temporário. No período, quatro profissionais se aposentaram e um faleceu.
O impasse entre médicos em greve e prefeitura segue. A última proposta da prefeitura, de avaliar a incorporação da parcela autônoma ao salário dos médicos, não foi aceita pelos grevistas. Conforme André Pormann, a recusa foi porque a proposta não continha uma definição de data e nem previsão para o plano de carreira.
Além da incorporação da parcela autônoma e do plano de carreira, os médicos têm uma reivindicação salarial, aprovada em 20 de julho: de R$ 3,4 mil para 12 horas semanais, com incorporação de uma gratificação de R$ 982,80 até a implantação do plano de carreira; R$ 3,6 mil para 20 horas, acrescidos do valor da parcela autônoma de R$ 2,1 mil e mais uma gratificação de R$ 1.638,00 até a implantação do plano; e R$ 6,1 mil para 33 horas, com incorporação da parcela autônoma de R$ 3,4 mil e mais uma gratificação de R$ 2,7 mil até a implantação do plano.