A Assembleia Legislativa aprovou na noite desta segunda-feira o projeto de lei 247/2016, que trata da fusão de secretarias. Por 38 votos a 14, o número de pastas foi reduzido de 20 para 17, o que representa um enxugamento de 15%.
Antes de ser aprovado, a PL recebeu quatro emendas. Apenas uma delas – de autoria de Gabriel Souza (PMDB) – foi colocada em votação: a que previa "planejar, orientar e coordenar, em articulação com os sistemas de ensino, a implementação de políticas para a alfabetização, a educação de jovens e adultos, a educação do campo, a educação indígena, a educação em áreas remanescentes de quilombos e a educação especial." A emenda foi aceita pelos deputados.
Com a proposta do Executivo, seis secretarias se transformaram em três: a de Cultura ficou junto com a de Esporte, Turismo e Lazer; a de Justiça e Direitos Humanos, junto com a do Trabalho; e a de Planejamento, com a Geral de Governo.
AO VIVO: acompanhe a movimentação na Assembleia para votação do pacote
Quais são os projetos mais polêmicos do pacote de Sartori
Sartori faz apelo por aprovação de pacote para evitar "colapso dos serviços"
De acordo com o Piratini, o objetivo é "qualificar a gestão em busca do equilíbrio fiscal e produzir resultados positivos em favor dos cidadãos". Essa não é a primeira vez que o governo José Ivo Sartori reduz a quantidade de secretarias. No governo Tarso Genro, existiam 29 pastas.
Na justificativa encaminhada junto ao projeto, o Executivo destaca que "a reestruturação administrativa se impõe para que o Governo possa otimizar a implementação de políticas públicas que representam o conjunto de projetos de governo, tendo como objetivo a prestação de serviços de qualidade ao cidadão rio-grandense, a redução das desigualdades e o fortalecimento da democracia na relação poder público e sociedade".
Parlamentares da oposição se revezaram na tribuna para criticar o projeto. O deputado Tarcísio Zimmermann (PT) classificou a extinção da Secretaria da Cultura como uma "visão retrógrada e obscurantista".
– Não tem sentido que uma área tão importante como a cultura passe a ser secundarizada pelo governo Sartori – lamentou.
Outra crítica à proposta foi quanto ao fato de ela não contemplar o corte de cargos em comissão (CCs).
– Esse pacote é tido como salvador do Rio Grande do Sul. Agora, ele reduz número de secretarias, mas não reduz nenhum CC. Portanto, não há redução de gasto com o agrupamento de secretarias – disse a deputada Manuela D'Ávila (PC do B).
O deputado Tiago Simon (PMDB) defendeu a PL 247, afirmando que o projeto melhora a gestão pública:
– A sociedade quer estruturas enxutas – disse ao defender o projeto que prevê a fusão de seis secretarias.
O deputado Sérgio Turra (PP) também foi à tribuna para defender o pacote proposto pelo Piratini:
– Governo anterior tinha 29 secretarias e mil CCs a mais – afirmou.
As fusões:
Secretaria-Geral do Governo + Secretaria do Planejamento
Nova designação: Secretaria do Planejamento, Governança e Gestão
Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos + Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Sustentável
Nova designação: Secretaria do Desenvolvimento Social, Trabalho e Justiça
Secretaria do Turismo, Esporte e Lazer + Secretaria da Cultura
Nova designação: Secretaria da Cultura, Turismo e Esporte