A comunidade de Cambará do Sul, na Serra, está mobilizando voluntários para manter aberta a visitação ao cânion Itaimbezinho, no Parque Nacional dos Aparados da Serra, e ao cânion Fortaleza, no Parque Nacional da Serra Geral. A unidade de preservação é mantida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICM-Bio), ligado ao Ministério do Meio Ambiente. O órgão federal arrecada os valores do ingresso de visitantes e fica responsável por serviços de apoio, como limpeza, vigilância, estacionamento e manutenção de trilhas. O trabalho era realizado por empresas terceirizadas, mas em 22 de outubro os contratos começaram a vencer e não foram renovados por falta de recursos.
Como a economia da região depende da movimentação dos turistas, o fechamento dos parques traria prejuízo, já que a visitação não pode ser mantida sem os serviços de apoio. Os voluntários foram recrutados pela Associação dos Empreendedores Turísticos de Cambará do Sul (Aeturcs), que criou a campanha "somostodosparque". A intenção também é arrecadar recursos para cobrir custos como transporte e material de limpeza. De acordo com o presidente da associação, Paulo Ferretti, o quadro de voluntários vai de aposentados a empreendedores do município. São cerca de 6 a 8 pessoas por dia que vão às unidade pela manhã e retornam no fim da tarde.
Moradores de Praia Grande, Mampituba e Jacinto Machado, em Santa Catarina, também têm se mobilizado. De acordo com o secretário de Turismo de Cambará, Fernando de Nóbrega, o município deve firmar em janeiro um termo de reciprocidade com os vizinhos catarinenses para auxiliar o ICM-Bio na manutenção do serviço. A reportagem procurou o instituto, mas ainda não teve retorno. Juntos, os dois parques receberam cerca de 205 mil visitantes em 2015, e a expectativa é de aumento de turistas neste ano.