Há um mês, Guido Bessauer, 72 anos, morreu de infecção pulmonar. Ele era morador do bairro Nova Santa Marta e trabalhava como reciclador de lixo. Desde então, sua mulher, Beloni Gomes Oliveira, 69, tenta fazer com que o material acumulado ao longo dos anos de serviço do marido sejam retirados da casa onde, hoje, ela mora sozinha.
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Uma semana após a morte do companheiro, com a ajuda dos vizinhos, ela entrou em contato com a Secretaria de Meio Ambiente, que pediu para que a idosa retirasse todo o lixo acumulado de dentro da residência e colocasse em frente à casa, na calçada, para que a equipe da secretaria recolhesse o material. No entanto, o caminhão que iria fazer o recolhimento não passou. Com o tempo, a calçada virou foco de ratos, mofo e bolor.
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Segundo os vizinhos, foram protocolados diversos pedidos na prefeitura. Na quinta-feira passada, indignados com a situação, os moradores espalharam o lixo no meio da Rua Profeta Jonas, em frente à casa do catador.
– Não vamos tirar, vai ficar aí até que alguém venha remover, como prometido. Nós pedimos uma atitude da prefeitura. Ligamos todos os dias, toda hora, e é só promessa – relata Adriana Machado, 44 anos.
Uma equipe da secretaria esteve no local, ainda na quinta-feira, para averiguar a situação, mas nesta segunda-feira, o material permanecia lá. Por meio da assessoria de Comunicação, a Secretaria do Meio Ambiente informa que, via parceria com a Associação dos Selecionadores de Material Reciclável (Asmar), fará a remoção dos materiais reaproveitáveis. O restante dos resíduos será recolhido pela prefeitura nos próximos dias.
Santa Maria
Material de catador que morreu há um mês segue na calçada e incomoda moradores da região oeste
Secretaria de Meio Ambiente orientou que vizinhos depositassem o lixo em frente à casa, na calçada, para que uma equipe recolhesse o material, mas ninguém foi buscar
Dandara Flores Aranguiz
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