A decisão da Câmara dos Deputados pela continuidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff repercute entre políticos brasileiros. O resultado é alvo de controvérsia, tanto quanto repercussão na imprensa estrangeira.
Fiéis escudeiros de Dilma, o ministro Miguel Rossetto, do Trabalho e Previdência Social, e o ministro-chefe do gabinete da presidente, Jaques Wagner, saíram em defesa da petista.
Segundo Rossetto, "o resultado é um golpe comandado por um corrupto, Eduardo Cunha, e por um impostor, Michel Temer". Wagner disse que a decisão da Câmara "ameaça interromper 30 anos de democracia no país" e que confia no Senado para reverter a situação.
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Deputados federais petistas também desqualificaram o resultado nas redes sociais. Para Paulo Teixeira (PT-SP), a Câmara deflagrou "um golpe contra a Constituição". No Twitter, ele afirmou que "a luta continua". Já Maria do Rosário (PT-RS) declarou que "traições, infâmias e mentiras" não são capazes de abalar o ânimo de quem defende a presidente e a democracia.
Em sua página no Facebook, o senador Aécio Neves (PMDB-MG), derrotado nas eleições de 2014 por Dilma, comemorou a definição da Câmara. Segundo ele, a "vitória é, em primeiro lugar, do povo brasileiro".
Luciana Genro (PSOL), que também disputou as eleições com Aécio e Dilma, voltou a defender eleições gerais e reafirmou, via Twitter, que continuará defendendo essa alternativa.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, o governador José Ivo Sartori (PMDB) não falou diretamente sobre o impeachment, mas pregou "cooperação" e "esforço comum". Segundo ele, "dificuldades profundas são oportunidades de transformação e exigem a força que nasce da união e exige mudanças no jeito de fazer política e de governar".
Cotada para ser a relatora do processo no Senado, a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) disse estar "honrada" com possibilidade.
O futuro de Dilma também repercutiu entre líderes internacionais, entre eles o presidente da Bolívia, Evo Morales. Em sua conta no Twitter, eles afirmou: "No al golpe congresal. Defendamos la democracia del Brasil, su liderazgo regional y la estabilidad de América Latina."