O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro poderá ter uma forte retração de 3,88% neste ano, segundo a previsão dos economistas do mercado financeiro. A estimativa para a queda da economia este ano foi alterada pela 14ª vez consecutiva, ao passar de 3,80% para 3,88%.
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A previsão faz parte do boletim Focus, publicação divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central (BC), com base em projeções de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos. Se a expectativa se confirmar, o PIB terá o maior "tombo" desde 1990 – quando recuou 4,35%.
Para 2017, a expectativa de crescimento da economia (Produto Interno Bruto - PIB - a soma de todas as riquezas produzidas pelo país) foi alterada de 0,20% para 0,30%.
A estimativa para a cotação do dólar foi mantida em R$ 3,80 no fim de 2016, e em R$ 4, ao final do próximo ano.
Já em relação à taxa básica de juros, a Selic, especialistas esperam que seja mantida em 14,25% ao ano, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), marcada para terça e quarta-feira.
Mas para o final de 2016, a mediana das expectativas (desconsiderando os extremos das projeções) para a Selic passou de 13,38% para 13,25% ao ano. No fim de 2017, a expectativa para a taxa caiu de 12,25% para 12% ao ano.
A taxa básica é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o BC barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.
A estimativa das instituições financeiras para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), passou de 7,08% para 6,98%, no sétimo ajuste seguido. Para 2017, estimativa caiu de 5,93% para 5,80%, na terceira queda consecutiva.
As projeções estão acima do centro da meta de 4,5%. A estimativa para 2016 ultrapassa também o teto da meta de inflação, que é 6,5%. O limite superior da meta em 2017 é 6%.