Após reunião do governador José Ivo Sartori com integrantes da cúpula da segurança no Palácio Piratini, realizada na manhã desta quinta-feira, o chefe da Polícia Civil, delegado Emerson Wendt, afirmou que há um planejamento para o pagamento de diárias e horas extras para o setor pelo menos até junho.
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Conforme Wendt, está previsto um valor superior de R$ 600 mil somente para horas extra a funcionários no mês de março, uma quantia superior que a dos meses anteriores. Em janeiro e fevereiro foi destinado, no total, R$ 1 milhão.
O anúncio foi feito um dia depois de agentes da polícia decidirem que irão realizar uma operação-padrão até a normalização dos pagamentos do funcionalismo público, previsto para ocorrer no dia 15. Entre as ações decididas pelo sindicato está a participação em operações policiais somente dentro do período de trabalho - entre 8h30min e 18h.
Wendt explica que os pagamentos de salários são de competência da Secretaria da Fazenda, enquanto o orçamento para diárias e horas extras fica por conta da Segurança Pública. Neste setor, afirma o delegado, não há problemas no orçamento, e os valores previstos para os próximos meses deve suprir a demanda:
– Estamos conseguindo trabalhar tranquilamente, mesmo com o aumento no número de operações. Temos esse valor previsto, porém não serão computadas horas extras para quem realiza a operação-padrão, a não ser que eles se disponibilizem a trabalhar por horas a mais.
Durante os primeiros meses de 2016, conforme o secretário Wantuir Jacini, o número de operações policiais aumentou cerca de 10% em relação ao ano anterior. Em 2015, já havia crescido 25% quando comparado a 2014.
Apesar do anúncio da operação-padrão, Wendt garantiu que não haverá uma redução no número de ações da polícia.
– Com essa situação, se percebe que haverá a necessidade de continuar o trabalho (operações policiais que iniciam na madrugada) com uma reorganização dos horários. Principalmente nas áreas de atenção especial, o trabalho será contínuo.
Durante a coletiva de imprensa após a reunião, o governador Sartori destacou as operações permanentes das polícias Civil e Militar, ressaltou a crise no Estado, e afirmou que, para enfrentar a onda de violência, está sendo preciso "fazer mais com menos".
– Não vai ter vida fácil para o crime, assim como não tem sido fácil para nós enfrentar todas essas situações – garantiu.
Menos PMs nas ruas pelo menos até novembro
O subcomandante-geral da Brigada Militar, coronel Andrei Sílvio Dallago, destacou, após a reunião, que não há expectativa de novas contratações e admitiu que terá que reduzir o efetivo das ruas para suprir, temporariamente, os cargos dos policiais militares temporários que não tiveram os contratos renovados.
– Vou ter que tirar algumas pessoas da rua para atuar nessas funções por enquanto – afirmou.
Desde a última sexta-feira, a BM tem operado com efetivo reduzido, após o vencimento destes 178 contratos temporários. Os PMs trabalhavam nas guardas de quartéis e presídios e, para substituí-los, estão sendo escalados servidores tanto da área administrativa quanto do policiamento ostensivo.
Na segunda-feira, Sartori anunciou que 178 concursados seriam chamados, entretanto eles só devem fazer policiamento ostensivo a partir de novembro, quando encerra o curso preparatório.
Por enquanto, Dallago afirmou que está se organizando com o efetivo que tem, e que não busca informações sobre novas contratações:
– Sou técnico, trabalho com o que tenho. Não posso fazer promessas–, resumiu.