Os aeronautas e aeroviários representados pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), farão uma paralisação das atividades entre 6h e 8h desta quarta-feira, em 12 aeroportos do país. A expectativa é que aproximadamente 300 voos sejam afetados. O ato deve ocorrer nos aeroportos de Porto Alegre, São Paulo (Guarulhos e Congonhas), Campinas (Viracopos), Brasília, Rio de Janeiro (Santos Dumont e Galeão), Porto Alegre, Recife, Fortaleza, Florianópolis, Curitiba e Salvador.
A adesão será de aeroviários (agentes de check-in, auxiliares de serviços gerais, mecânicos de aeronaves, agentes de bagagem, operadores de equipamentos) e aeronautas (pilotos, copilotos, comissários de voo, mecânicos e engenheiros de voo). O Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea), que representa as companhias TAM, Gol, Azul e Avianca, orienta aos passageiros que tiverem viagem marcada para a quarta-feira que entrem em contato com as companhias para checar o status de seus voos.
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Quem tem embarque previsto para o horário da paralisação pode procurar as empresas para verificar as condições de remarcação ou reembolso dos bilhetes. Mas, quem optar em manter os voos previstos para o horário deve usar os canais eletrônicos (sites e aplicativos e totens de aeroportos) para antecipar o check-in e evitar transtornos no aeroporto.
As categorias decidiram pela paralisação após rejeitar em assembleias realizadas na última sexta-feira as propostas das empresas aéreas, que previam pagamentos parcelados por faixas salariais, não retroativos à data-base. As categorias reivindicam a aplicação do reajuste de 11% nos salários e benefícios retroativo à data-base, que fará a recomposição das perdas inflacionárias nos salários.
O Snea informou que apresentou seis propostas aos trabalhadores, mas todas foram recusadas. A entidade argumenta que nos últimos dez anos as companhias aéreas promoveram o reajuste dos salários pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), com reajustes acima da inflação, além de ganhos nas cláusulas sociais. De acordo com o sindicato, nos últimos anos, a aviação comercial vem tendo prejuízos, e a última proposta apresentada, de reposição do INPC de forma parcelada, contempla o que é possível pelas companhias. O sindicato também disse que continua aberto a negociações para evitar transtornos aos passageiros.
Após as paralisações, os sindicatos que representam os aeronautas farão reuniões, a partir das 9h30, para decidir pela continuidade do movimento grevista na quinta-feira ou pela sua suspensão temporária. Já o Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre, que inicialmente havia programado greve a partir da 0h da quarta-feira e depois optou por seguir o horário estabelecido pelos aeronautas, tende a também acompanhar as decisões tomadas pela outra categoria com relação à manutenção ou não da greve.
– Começamos pedindo 15%. Baixamos para 12% e, agora, na tentativa de evitar a paralisação, estamos pedindo 11% de reajuste – destacou o presidente do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre, Leonel Montezana.