Águas calmas, cristalinas e doces são um convite para quem cansa do Nordestão soprando à beira-mar no Litoral Norte. Nesta temporada da Operação Golfinho, que segue até 28 de fevereiro, cinco lagoas em três municípios da região contam com o auxílio de salva-vidas nos finais de semana e são opção para quem quer fugir do agito do mar, mesmo continuando próximo a ele.
Situadas em Pinhal, Cidreira e Osório, as áreas contam com infraestrutura mínima para passar o dia em família, curtindo a tranquilidade, ou até para acampar, como ocorre nas duas lagoas liberadas para banho em Osório. Mais do que resgate, os salva-vidas destes espaços atuam orientando e prevenindo possíveis sustos. Enquanto um fica na guarita, o outro circula nas margens.
Lazer em família
Segundo o comandante do 9º Comando Regional de Bombeiros, em Tramandaí, tenente-coronel Luiz Ernesto Duarte, responsável pelo monitoramento das águas doces no Litoral Norte, neste ano a Operação Golfinho suspendeu os trabalhos na Lagoa dos Barros, em Santo Antônio da Patrulha, devido às cheias na área. Restaram, então, as cinco que recebem salva-vidas nos finais de semana.
- Por terem águas calmas, são lugares frequentados, principalmente, por famílias com crianças e idosos - explica o tenente-coronel.
Matheus e a família adoram a Rondinha
Sem vento e sem água-viva
Apesar de não oferecerem a mesma estrutura da beira da praia, as lagoas têm público cativo. Entre os frequentadores, os motivos pela preferência vão desde a inexistência de ventos fortes até a fuga das águas-vivas, que tomaram conta do mar no Litoral Norte nesta temporada. Moradora de Eldorado do Sul, a cabeleireira Letícia Dutra, 28 anos, costuma veranear em Pinhal com o filho Matheus, dez anos, e outros dez familiares.
Em dias nublados ou com vento, o passeio da turma fica distante das areias do balneário. É na Lagoa da Rondinha, às margens da ERS-040, que a família encontra tranquilidade. Com a ausência de ondas, é possível colocar as cadeiras dentro da água. Enquanto os adultos descansam, as crianças se divertem.
- Viemos logo depois do almoço. É um lugar bem família, onde é possível ficar na água sem a preocupação de saber se a próxima onda vai te derrubar - comenta Letícia.
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Matheus tem na ponta da língua as justificativas para gostar mais da água doce do que da salgada:
- É mais calmo e não tem água-viva. Fui queimado por uma no mar e fiquei como medo de entrar.
Péricles se diverte na Cerquinha
Criançada adora
Na praia de Magistério, é a Lagoa da Cerquinha que atrai a atenção de quem está acostumado a veranear na região. Basta o Nordestão atacar na beira da praia para o local receber até 2 mil pessoas num único domingo, mesmo com acesso precário, desde uma rua com paralelepípedos irregulares até um caminho estreito pela areia que leva à lagoa. É ali que Péricles Dorneles, 12 anos, do Bairro Stela Maris, em Alvorada, e a família passam as tardes. O passatempo do menino é brincar com o snorkel (máscara de mergulho).
- A água é clarinha e dá para mergulhar. Como sempre passei as férias no Laranjal (praia da Lagoa dos Patos, em Pelotas), gosto mais de água doce - justifica.
Para a servidora pública Cláudia Rocha, 60 anos, de Viamão, a lagoa é a melhor opção para quem tem crianças. Os netos dela, Murilo, dois anos, e Vitor, três anos, são os que mais aproveitam, seja na água ou no colchão disposto sobre a grama que vai até a beira da lagoa.
- Além de ter salva-vidas, a água não é gelada, não tem ventania e estamos livres da água-viva. Quer lugar melhor do que este? - resume Cláudia.
No mapa abaixo, confira como chegar e o que encontrar em cada uma das lagoas