O Estado Islâmico (EI) divulgou nesta segunda-feira um vídeo em que ameaça fazer ataques contra países que bombardeiam o Oriente Médio, assim como fez com a França, que foi alvo de atentados terroristas na sexta-feira passada. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Na mensagem veiculada nesta segunda, o grupo também ameaçou realizar um ataque em Washington, a capital dos Estados Unidos.
- Nós dizemos aos Estados que participam da campanha dos cruzados que, por Deus, vocês terão um dia, queira Deus, assim como a França e, por Deus, assim como atingimos a França no centro de seu lar, em Paris, prometemos atingir a América em seu centro, Washington - diz, no vídeo, um homem identificado como "Al-Ghareeb, o argelino".
- Eu digo aos países europeus que nós estamos chegando, chegando com armadilhas e bombas, chegando com cintos explosivos e silenciadores (de armas), e vocês serão incapazes de nos parar porque nós estamos muito mais fortes que antes - acrescentou o militante.
Em relação às negociações internacionais sobre a guerra civil na Síria, outro militante, identificado no vídeo como "Al-Karrar, o iraquiano", diz que o Estado Islâmico "escolheu negociar" com o presidente francês, François Hollande, "nas trincheiras, não em hotéis".
As imagens parecem ter sido gravadas por combatentes do EI na província iraquiana de Salahuddine, ao norte de Bagdá, mas a autenticidade do vídeo não pode ser verificada.
Nesta segunda-feira, em discurso ao parlamento, o presidente da França classificou os ataques em Paris como "um ato de guerra" e disse que o país não encerrará seus ataques aéreos, iniciados em setembro, contra posições do EI na Síria e no Iraque.
O EI reivindicou os ataques a tiros e bombas que deixaram 129 mortos e pelo menos 350 feridos em diferentes pontos da capital francesa. Nesta segunda-feira, a polícia francesa ampliou sua busca por suspeitos de envolvimento com os ataques em Paris e prendeu dezenas de pessoas.
Além da França, participam dos ataques aéreos contra o EI no Oriente Médio Estados Unidos, Austrália, Canadá, Jordânia, Marrocos, Reino Unido, Bélgica, Dinamarca, Holanda, Bahrein, Qatar, Arábia Saudita, Turquia e Emirados Árabes Unidos. A Rússia iniciou em setembro uma campanha independente de bombardeios na Síria a pedido do ditador sírio, Bashar al-Assad.
Atentados em Paris
Mais de cem pessoas morreram na noite de sexta-feira, em Paris, na França, após uma série de ataques terroristas em diversos locais da capital francesa. Tiroteios e explosões ocorreram de maneira coordenada em seis lugares: no Boulevard Voltaire, em frente ao bar La Belle, no Bataclan, na Rua de la Fontaine, no bar Carillon e no Stade de France. Logo após os ataques, o presidente francês, François Hollande, decretou estado de emergência e fechou as fronteiras do país.
Em vídeo, veja como foi a sequência dos ataques em Paris:
Poucas horas depois das mortes, o Estado Islâmico assumiu a autoria dos atentados. A polícia fez prisões, na Bélgica, de suspeitos de envolvimento com os ataques em Paris, mas ainda trabalha para identificar os nomes de todos os possíveis envolvidos. Oito terroristas morreram durante as ações, mas acredita-se que outros organizadores dos atentados estejam à solta.
O Itamaraty confirmou dois brasileiros entre os feridos nos atentados, que já estão fora de perigo.
Confira o mapa dos ataques: