
Reunido na tarde desta segunda-feira para fazer um balanço do primeiro dia de greve do funcionalismo, o Movimento Unificado - que reúne 44 categorias de servidores estaduais do Rio Grande do Sul - sinalizou a possibilidade de prolongar até sexta-feira a paralisação das categorias, inicialmente prevista para ser encerrada na próxima quinta-feira.
Na plenária ocorrida na sede da Federação Sindical dos Servidores Públicos do Estado (Fessergs), que avaliou como "positivo" o primeiro dia de greve, a possibilidade de prolongar a paralisação não chegou a ser votada, mas é tratada pelas lideranças sindicais como "muito provável". A decisão deve ser tomada até quarta-feira, em assembleias individuais das categorias. Há, inclusive, chance de se determinar a greve por tempo indeterminado.
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- Esse movimento escolheu um calendário de atividades até sexta e que passa até uma provável extensão do movimento, que terminaria na quinta, mas que deve se prolongar até sexta em função de que os servidores não têm condições de se deslocarem e terem alimentação - ressalta o presidente da Fessergs, Sergio Arnoud.
Entre as principais decisões tomadas na plenária desta tarde estão um "barulhaço" a ser realizado em diversos pontos do Estado na quarta-feira, ao meio-dia, com duração de oito minutos. Batizado de "Acorda, Sartori", o ato representa os oito meses do atual governo e tem como objetivo chamar a atenção do governador.
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Veja o calendário previsto pelos servidores:
Terça-feira: às 5h começa o aquartelamento da Brigada Militar e, às 9h, está previsto um protesto em frente ao Centro Administrativo, na Capital, além de ações isoladas no interior do Estado.
Quarta-feira: ao meio-dia, os servidores promovem um "barulhaço", chamado de "Acorda, Sartori", em diversos pontos do Estado por oito minutos - sendo que cada minuto representaria os meses de governo de Sartori e o tempo que ele supostamente teria tido para ter tomado medidas para solucionar a crise estadual.
Quinta-feira: às 9h e às 11h os servidores acompanham duas audiências na Assembleia Legislativa. Às 14h, apoiam um ato público promovido pelo Cpers em frente ao Palácio Piratini. A partir das 17h, uma reunião vai discutir o projeto dos três senadores gaúcho, com presença de Paulo Paim, na sede da Fessergs, que revisa a dívida do RS com a União. Pelo texto, o Estado passaria de devedor a credor de R$ 5 bilhões.
Sexta-feira: está previsto um protesto na Expointer, em Esteio, a partir das 10h, reunindo diversas categorias de servidores.
Avaliação do início da greve é positiva
- Nosso primeiro dia de greve foi um sucesso. Mais de 90% das escolas no estado do Rio Grande do Sul estão fechadas. Estamos discutindo agora a possibilidade de avançarmos até sexta-feira em greve porque, infelizmente, o recurso que o governo passou de R$ 600 inviabiliza, inclusive, que a nossa categoria possa se deslocar e chegar nas escolas - afirmou Helenir Schürer, presidente do Cpers.
O parcelamento dos salários de agosto começou com o depósito de R$ 600 nesta segunda-feira. O Palácio Piratini se comprometeu a depositar mais R$ 800 até o próximo dia 11 de setembro, contemplando 32% dos funcionários que recebem até R$ 1.400 líquidos como vencimento integral.
Mais tarde, no dia 15, está programado o crédito de R$ 1.400, elevando para 67% o percentual do funcionalismo do Poder Executivo com os salários integralizados. A parcela complementar para quem ganha acima de R$ 2.800 por vínculo será creditada até o próximo dia 22.
Em coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira, no Palácio Piratini, o governador José Ivo Sartori ressaltou as dificuldades do Estado, voltando a citar que o déficit será de R$ 5,4 bilhões neste ano.
- A situação é difícil. Chegou a hora da verdade. A situação financeira do Estado é emergencial. Poderíamos chamá-la de quase calamidade - afirmou.
*Zero Hora