A recessão em que o Brasil mergulhou, finalmente escancarada nos números do PIB divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é ainda maior na indústria, setor mais afetado pela crise, com queda de 4,3%.
Nas fábricas, é a terceira queda trimestral seguida da atividade na comparação com os três meses imediatamente anteriores. No cotejo a igual período de anos precedentes, é a quinta retração consecutiva.
Em vídeo, proprietário e funcionários da empresa falam sobre a crise:
Com a economia paralisada e sem perspectivas claras de quando poderá começar uma reação, a Omnitec, de Canoas, tem um objetivo bem simples para os próximos meses. A fabricante de equipamentos para automação industrial estará satisfeita se ainda estiver de portas abertas quando o país reiniciar, mesmo que de forma tímida, a sair do atoleiro - o que muitos economistas esperam apenas para 2017.
- Não sei se aguentamos até lá. Hoje o desafio é sobreviver - diz o proprietário da empresa, Werner Spieweck.
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Para economistas, segundo trimestre não foi o fundo do poço
Um ano atrás, entrevistado por Zero Hora, Spieweck contava que a Omnitec havia recebido investimentos para produzir até o triplo da demanda que tinha. O número de colaboradores era a metade dos 30 que planejava ter àquela altura. Doze meses depois, a capacidade ociosa, que era de 40%, dobrou. Os 15 funcionários mirraram agora para 10.
- O empresário é um otimista, mas, quando não vê luz no fim do túnel lá na frente, puxa o freio de mão. E não enxergo uma situação melhor.
O importante agora, avalia Spieweck, é o governo sair do imobilismo e tomar medidas que comecem a recuperar a confiança.
- Se você não confia, não investe e a roda da economia não gira - observa.
Enquanto isso, a ordem é não esmorecer, procurar novos mercados, se reinventar e inovar.