Um estudante universitário de 23 anos foi preso em flagrante, na tarde desta segunda-feira, no Centro Universitário Franciscano (Unifra), suspeito dos crimes de pedofilia e extorsão. O jovem está no 5º semestre do curso de Arquitetura e Urbanismo da instituição.
O caso veio à tona depois que uma das supostas vítimas denunciou o fato para a Polícia Civil na semana passada. Uma jovem entrou em contato com a polícia e relatou que estava sendo ameaçada pelo estudante. A vítima disse aos policiais que o estudante havia pedido R$ 5 mil para que fotos íntimas dela não fossem publicadas em um perfil no Facebook.
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Em contato com o suspeito, a menina marcou um encontro com o suspeito para pagar o valor. O combinado era que ela deixasse o dinheiro junto a um hidrante da Unifra e saísse. Após a denúncia, policiais à paisana acompanharam a ação. Quando o jovem chegou próximo ao local, foi abordado pelos policias. Ele foi preso em flagrante.
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Em seguida, a polícia foi até a casa do estudante. No local, foram apreendidos dois notebooks, dois celulares, dois cartões de memória, dois prendrive, dois HDs externos e uma arma de brinquedo. Em um dos cartões de memória, estavam armazenadas 30 pastas com fotos íntimas de 30 pessoas diferentes. Ele também mantinha armazenadas fotografias de pornografia infantil em um computador pessoal.
A polícia estima que, em apenas um dos HD externos, existam mais de 300 pastas, com fotos de vítimas - entre homens, mulheres e adolescentes - de Santa Maria, de outros municípios gaúchos e, também, de fora do Estado. O conteúdo ainda não foi verificado. Além das imagens, em um dos notebooks havia um arquivo que ensina como hackear perfis de Facebook.
Na manhã desta terça-feira, o suspeito permanecia na Penitenciária Estadual de Santa Maria. O crime de extorsão é inafiançável. Caso seja condenado pelo crime de extorsão, poderá cumprir de 4 a 10 anos. Se condenado pelo crime de armazenar fotografias de pornografia infantil, a pena é de 1 a 4 anos. Somando as duas penas, ele poderá cumprir até 14 anos de prisão.
Como funcionava o esquema
O jovem entrava em contato com as vítimas pelo Facebook e mandava um link. Quando a pessoa clicava no link, o jovem recebia por e-mail o login e a senha que a pessoa usava para acessar a rede social. Em seguida, de casa, ele entrava nos perfis das vítimas e vasculhava os arquivos pessoais. Se houvesse alguma foto íntima, o estudante salvava a imagem no seu computador, e passava a extorquir a vítima para que as fotos não fossem divulgadas na internet.
Segundo a polícia, o supeito mantinha quatro perfis falsos no Facebook, três deles masculinos e um feminino.