Em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira, o governador do Estado, José Ivo Sartori, anunciou que vai atrasar o pagamento da dívida da União para manter os salários do funcionalismo em dia.
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Sartori qualificou o ato de uma medida "extrema" e disse que a decisão não é um calote e não deve causar bloqueio de transferências de recursos da União. O pagamento deve ser feito no dia 10 ou 11 de maio.
- Atrasar o pagamento da dívida mensal do Estado com o governo da União é para justamente possibilitar todo o esforço que fazemos para manter em dia os pagamentos - afirmou.
O governador alegou que vários esforços de ajustes de contas já foram feitos desde o início do ano. Disse que alguns "não foram compreendidos", como contingenciamento de horas extras e cortes de despesas. Ainda que tenha rechaçado o termo "calote" e garantido que não é uma suspensão dos pagamentos, Sartori reconheceu que sanções poderão recair sobre o Rio Grande do Sul pelo atraso no pagamento da dívida.
- É um risco que estamos correndo - admitiu.
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Apenas os R$ 280 milhões da dívida não serão suficientes para pagar os salários de abril. Outras contas serão atrasadas para fechar as contas, disse também. Na entrevista coletiva, o governador voltou a reclamar da situação financeira do Estado.
- No meu imaginário, eu sabia que a situação estava difícil, mas não que era tanto. O grande problema é que passamos do limite das finanças do Rio Grande do Sul, foi o que sinalizei ao ministro (da Fazenda, Joaquim Levy). Se tivermos condições de fazer apenas reparos e manutenção de rodovias já será uma grande coisa.
*Zero Hora