Ao fazer um diagnóstico sobre o atual momento político brasileiro, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou a capacidade de liderança de Dilma Rousseff. A escolha do vice-presidente Michel Temer (PMDB) para comandar a articulação política do governo é um sinal, segundo o tucano, de que a presidente está com a capacidade de liderança "muito abalada".
- Nós estamos, por circunstâncias, em um momento em que capacidade de liderança da pessoa que ocupa a Presidência está muito abalada. Tanto que entregou a chave do cofre para alguém que pensa o oposto (Joaquim Levy). E entregou pra ele fechar o cofre, ela não pode mexer mais no cofre. E agora entregou o comando político a outro que também pensa diferente, para outro partido - completou, falando de Michel Temer.
"Impeachment é como bomba atômica", diz Fernando Henrique Cardoso
FHC chama Lula à responsabilidade de responder aos protestos
Em palestra, na manhã desta sexta-feira, para uma plateia formada por empresários e trabalhadores do setor de tecnologia, FHC foi aplaudido diversas vezes quando criticava o governo. O tucano classificou a situação atual do Brasil como "delicada".
- Neste momento a saída passa pelos protestos de rua, pela justiça funcionar e a mídia dizer o que está acontecendo. Ampliar a informação, não fazer conchavo, não fazer conciliação - disse o ex-presidente, amenizando, em seguida, a afirmação.
- Mas em algum momento sempre tem de haver algum acordo. A sociedade não funciona em pé de guerra o tempo todo - disse, emendando que tal acordo "não pode ser embaixo do pano".
'Nobel ao contrário'
Ao comentar o quadro do setor energético no Brasil, Fernando Henrique Cardoso arrancou risadas da plateia ao dizer que a presidente Dilma Rousseff "merece um Prêmio Nobel ao contrário". O tucano usou como exemplo os escândalos na Petrobras, a crise no setor elétrico e entre os produtores de etanol. Para Fernando Henrique, o Brasil, para avançar, precisa "resolver a questão energética".
O primeiro cargo que Dilma ocupou no governo federal foi justamente como titular do Ministério de Minas e Energia, no início do governo Lula. Na época, o petista recém-eleito incumbiu Dilma de desenvolver o setor energético no Brasil, que pouco tempo antes havia sofrido com o racionamento durante o governo FHC.
Críticas
Capacidade de liderança de quem ocupa a Presidência está abalada, diz FHC
Tucano classificou a situação atual do Brasil como "delicada"
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