A defesa do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco solicitou à Câmara dos Deputados que seu depoimento à CPI da Petrobras, nesta terça-feira, seja a portas fechadas. As consultorias da Casa e da própria CPI ainda avaliam a solicitação de sessão secreta feita pela advogada Beatriz Catta Preta.
A advogada apresentou ofício à secretaria da CPI fazendo a solicitação. Ela fundamenta o pedido no artigo 5º da Lei 12.850/2013, a Lei das Organizações Criminosas. De acordo com esse parágrafo, quem participa da chamada "colaboração premiada" tem direito a "não ter sua identidade revelada pelos meios de comunicação, nem ser fotografado ou filmado, sem sua prévia autorização por escrito".
Executiva do PP gaúcho se reúne para discutir rumo de investigados
Deputada pede convocação na CPI de todos os citados na lista da Lava-Jato
O presidente da Comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), terá uma reunião com a secretaria da CPI no início da noite desta segunda-feira. Se a argumentação jurídica da advogada for acatada, a solicitação de sessão secreta será votada no plenário da CPI.
Como Barusco não está preso, não será necessário que venha escoltado à Câmara. Para não ser preso, o ex-gerente-executivo da Diretoria de Serviços da Petrobras fechou acordo de delação premiada em que se comprometeu a devolver cerca de US$ 100 milhões. Em depoimento, ele disse ter começado a receber propinas em 1997, durante o governo Fernando Henrique Cardoso.
Deputado do PP citado na Lava-Jato chora e diz que o partido acabou
"Nesta operação não tenho nada", diz Maluf sobre Lava-Jato
Como não conseguiram ampliar o prazo de investigação da CPI, petistas apostam no depoimento de Barusco para ligar os tucanos ao esquema de corrupção da Petrobras. Por outro lado, a oposição não se opõe a ouvir o ex-gerente da estatal porque afirma que Barusco deixou claro que os acordos eram feitos entre ele e o representante de uma empresa, sem participação do governo.
*Estadão Conteúdo