O comandante da Polícia Militar de Cordilheira Alta, Sargento Ângelo Santo Martins, foi a primeira pessoa a entrar na casa da família vítima de um possível caso de homicídio seguido de suicídio, em Cordilheira Alta, cidade de pouco mais de 4 mil habitantes no Oeste de Santa Catarina. Ele contou ao Diário Catarinense detalhes do caso:
DC - Como a polícia foi informada do caso? Qual foi a cena que você presenciou na casa?
Martins - Uma empregada doméstica chegou à casa por volta das 7h30min, viu dois corpos ensanguentados no chão da sala, e correu para pedir auxílio no Posto de Saúde próximo. Foi um funcionário do posto que entrou em contato com a PM. Imediatamente fui ao local e constatei os seis óbitos: além dos dois corpos na sala, eram três em um quarto e mais um no outro.
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DC - Mas estavam todos deitados em suas camas?
Martins - Todos no chão, exceto o seu Antônio e a Lucimara. O Alcir e a filha estavam na sala, no quarto dos pais da Mônica encontrei ela e os dois, e no quarto da irmã, apenas ela. A Mônica improvisou uma cama no quarto com o pai e a mãe, havia uns cobertores e algumas peças de roupa.
DC - Você o conhecia pessoalmente? Era uma pessoa que aparentava hostilidade, violência, tranquilidade...? Ele comentou algo sobre a possível separação?
Martins - Era um amigo próximo, querido pela cidade. Passava aqui muitas vezes para tomar um chimarrão conosco. Na terça-feira estive com ele, jogando futebol, e não aparentou estar passando por absolutamente nada de incomum, em momento algum. Era um cara muito tranquilo, porém bastante reservado, não comentava nada sobre relacionamentos pessoais.
DC - Este foi o caso mais grave já registrado na cidade?
Martins - É a primeira vez que houve um homicídio com estas características em Cordilheira Alta. Houve assassinatos, mas de gente de fora, por exemplo, alguém que passava pela região e acabou entrando em uma briga. Foi o primeiro homicídio de um morador registrado na cidade desde a emancipação, há 22 anos.
DC - A arma que ele tinha era registrada? Há relatos de que ele costumava afastar animais selvagens com o revólver.
Martins - Sim, era uma arma legal e devidamente registrada. Os vizinhos alegaram que ouviram tiros e não deram bola justamente porque muitas pessoas que moram no interior tem armas em casa para esse tipo de situação. Além disso, somos em poucos policiais, nosso efetivo é bastante reduzido, então é uma prática comum entre moradores de áreas mais rurais.
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