Foi quando o funcionário do DML, na noite de sexta, entregou dois anéis para Adejalmo Rodrigues da Silva, 55 anos, que o mundo desabou sobre seus ombros. Os objetos estavam com sua filha, encontrada morta horas antes, com o uniforme escolar rasgado e sinais de esganadura e violência sexual, em um descampado da Rua Arno da Silva Feijó, Distrito Industrial de Alvorada. O pai teve a certeza de que eram as lembranças da festa do mês anterior, quando Maria Aline Ourique da Silva comemorou 15 anos.
Estudante da 8ª série do ensino fundamental na Escola Nicolau Chiavaro Neto, Centro de Gravataí, no começo da tarde de sexta ela saiu a pé de casa, no Bairro Parque Residencial Conceição, para os 20 minutos de caminhada que estava acostumada até a escola. Mas não chegou lá. Por volta das 17h de sexta, um morador de Alvorada teria encontrado a menina já sem vida e chamou a Brigada Militar.
A polícia ainda não tem suspeitos. Nas redes sociais, depois do crime, circularam boatos de que um maníaco, na véspera, havia espreitado mulheres próximo ao Centro de Gravataí. Mas os investigadores da Delegacia de Homicídios de Alvorada não acreditam nessa hipótese.
- As características são de um ataque direcionado a ela. Pode ser alguém que a conhecia ou que a marcou para ser atacada - aponta o chefe de investigação, Felintho Souza Santos.
A intenção da polícia é refazer os últimos passos da menina que, provavelmente, foi arrebatada na área central de Gravataí, levada para o descampado e morta lá. A intenção é conseguir determinar o ponto exato onde ela foi pega para começar a identificar algum suspeito. As primeiras informações apuradas pela polícia dão conta de um Uno estacionando no local onde o corpo foi achado, mas ainda não foram localizadas testemunhas que confirmem isso.
- Nos próximos dias, vamos investigar o computador da menina e ouvir amigos próximos. Muitas vezes, esse tipo de crime deixa rastros imperceptíveis aos pais - diz o policial.
Para Adejalmo, ouvido ontem na delegacia, é improvável que Maria tenha entrado no carro de algum estranho.
- Ou era alguém conhecido por ela, ou a pegaram muito a força, porque a minha filha sempre teve personalidade muito forte. Não se deixaria levar assim, ainda mais no Centro, cheio de gente - diz.
Criminalidade
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