Uma mandíbula de apenas seis centímetros de comprimento, encontrada numa rocha de 230 milhões de anos, pode ajudar a entender como os mamíferos foram formados. A descoberta foi feita há 10 anos em Candelária, no Vale do Rio Pardo, e nesta sexta-feira será finalmente apresentada ao mundo. Trata-se do Candelariodon barberenai, um animal ainda desconhecido e cuja única prova de existência é essa encontrada no Estado.
Em 2003, o Museu de Candelária, em parceria com pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), encontrou um conjunto de ossos que formavam um bloco de aproximadamente 300 quilos. Aberto em laboratório, foram encontrados fósseis de vários animais conhecidos como Massetognathus (um cinodonte herbívoro, encontrado na América do Sul, que tinha cerca de 50 centímetros de comprimento).
Em 2009, pesquisadores da UFRGS remontaram o bloco para enviar a Candelária, a fim de fazer parte do acervo do museu. Nessa operação, foi localizada a pequena mandíbula que, na época, não foi identificada. O animal, então, foi batizado de Candelariodon barberenai, sendo que o primeiro nome faz referência ao município e o segundo, ao paleontólogo e professor UFRGS, Mário Costa Barberena.
- Desde lá, ele foi estudado e registrado cientificamente (em 2011). O lançamento é um momento muito importante para nós, pois poderemos apresentar uma descoberta inédita ao mundo - comemora o curador do Museu de Candelária, Carlos Nunes Rodrigues.
Segundo a professora-doutora em Geociência da UFRGS Marina Bento Soares, especialista em cinodontes, o fóssil candelarianse, além de ser único, é importante porque apresenta diferenças para outras espécies que viveram no período, mas mais parecidos as dos mamíferos.
- Têm postura mais ereta, se diferenciando dos répteis, um céu da boca mais completo, com possível capacidade de sucção, o que poderia indicar que tinham glândulas mamárias - explica Marina.
Candelariodon barberenai
Fóssil de ancestral de mamíferos encontrado em Candelária há 10 anos será apresentado nesta sexta-feira
Mandíbula descoberta numa rocha de 230 milhões de anos pode ajudar a entender como os mamíferos foram formados
Vanessa Kannenberg / Uruguaiana
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