O edital de licitação para concessão por 30 anos de toda orla do Guaíba deverá ser publicado até outubro de 2014, é o que garante o diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari. A empresa que ofertar o melhor serviço para a costa de Porto Alegre poderá operar o transporte hidroviário e explorar seus pontos desde o Lami até as proximidades da Arena.
O processo, que estava previsto para ser aberto até julho deste ano, sofreu um atraso em razão da demora no funcionamento das novas rotas do Catamarã.
- Nós prevíamos conseguir colocar o mais rápido possível o transporte da Ilha da Pintada e do BarraShopping, mas tivemos problemas técnicos. Por isso, adiamos a licitação de concessão - afirma Cappellari.
O projeto de concessão foi criado para que a empresa responsável pelo serviço hidroviário tenha um prazo maior para o sustento econômico, pois o transporte demanda investimentos elevados.
- O prazo é de 30 anos para que o detalhamento da viabilidade econômica e o retorno dos investimentos sejam atrativos para as empresas - diz o diretor-presidente.
O transporte pelo lago da Zona Sul até o município de Guaíba e até o centro da Capital, e do Centro até a Ilha da Pintada, tem previsão para começar no final de outubro, seis meses depois do prazo estimado. A partir de então, a EPTC terá um ano para abrir o processo de licitação para a concessão da orla. A CatSul, atualmente responsável pelo serviço do Catamarã, já manifestou interesse para administrar pelo tempo determinado, segundo Cappellari.
Transporte espera análise técnica para operar
Um dos fatores que torna mais complexo o início das atividades são as análises pendentes. Segundo a Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), o atraso para a abertura do edital e para as novas rotas dependem de resultados de estudos. A regularização do canal de acesso ao píer está pendente de uma batimetria, que tem como objetivo medir a profundidade do Lago à altura do nível de água para ver a possibilidade de o Catamarã navegar. Caso não haja profundidade suficiente, deverá ser feito ainda um canal, por onde o transporte percorrerá o caminho. Como essa tecnologia não está disponível no Estado, conforme a Metroplan, uma empresa terceirizada do porto de Santos, em São Paulo, foi contratada para realizar o serviço. Assim que a empresa apresentar o projeto, o estudo passará ainda pela capitania dos portos, em Brasília e no Rio Grande do Sul, até retornar a Metroplan, que dará a aprovação para o funcionamento do catamarã nas novas localidades.
Como se trata de transporte municipal e metropolitano, há divisão de responsabilidades que abrangem a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e a Metroplan. Além disso, a Marinha e a Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH) devem aprovar os projetos que envolvem veículos hidroviários.
A primeira linha do catamarã, que começou a operar em 28 de outubro de 2011, conta atualmente com duas paradas - uma no Cais Mauá, no centro de Porto Alegre, e outra em Guaíba. O transporte hidroviário intermunicipal fica a cargo da Metroplan, órgão responsável pelo serviço. Na Capital, as novas rotas são de responsabilidade da Empresa Pública de Transporte e Circulação. O custo da viagem é de R$ 7,30 e tem duração de 20 minutos.
Novas rotas
Trajetos em operação a partir de outubro
> BarraShoppingSul-Centro
Custo: R$ 5
Duração: 10 minutos
> Ilha da Pintada-Centro
Custo: R$ 3
Duração: 8 minutos, com duas paradas que vão funcionar na Colônia dos Pescadores e no Estaleiro Mabilde.