O Instituto Psiquiátrico Forense não foge à regra de deficiências do sistema carcerário do Rio Grande do Sul. Não é uma prisão. Os internos são pacientes, doentes mentais que cometeram crimes e estão afastados da sociedade pelo judiciário por medida de segurança. O número de 440 internos regula com a capacidade, ou seja, não tem superlotação. Mas faltam servidores e várias dependências são precárias. A juíza da Vara de Execução de Penas e Medidas Alternativas de Porto Alegre, Tânia da Rosa, avalia que as condições são pouco melhores do que dentro de uma penitenciária, mas longe do ideal.
- Precisa de mais infraestrutura material, de alojamento, oferecendo melhores condições para internos - afirma a juíza.
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A juíza faz questão de destacar a boa vontade dos servidores. A diretora do Instituto Psiquiátrico Forense, Magda Pires, conta que falta pessoal principalmente nas áreas de enfermagem e de segurança. Sobre a estrutura, afirma que são feitos esforços.
- A manutenção ainda é precária, mas a gente faz o que pode. O IPF não é o mais deficitário, eu digo que temos espaços que poderiam ser melhores. Nós estamos bem melhores que os presídios - garante Magda.
A diretora lembra que sempre há desgaste grande da estrutura física pelo perfil dos internos, além dos prédios serem antigos. Um pavilhão foi reformado e outro será recuperado para virar casa de passagem para oito pacientes que se preparam para sair. O superintende da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), Gelson Treisleben, diz que é feita reforma no sistema elétrico e começará reforma na unidade de triagem, que recebe presos para perícia. Em análise, está a contratação de fundação pública para melhorar o serviço de saúde.
- Ela deve suprir esta deficiência de tratamento clínico para os pacientes. Eu vejo que a nossa grande deficiência está no atendimento de saúde, além da falta de residenciais terapêuticos - avalia o superintendente da Susepe, responsável pelo IPF.
Sem os residenciais terapêuticos, mais de 50 internos estão no IPF com medida de segurança extinta. Só não saíram, porque não tem para onde ir. A secretaria estadual da Saúde planeja colocar os egressos em residenciais terapêuticos, junto com moradores que estão saindo do Hospital Psiquiátrico São Pedro.