A avenida que promete desafogar o acesso à zona sul de Porto Alegre e criar um novo eixo de desenvolvimento na Capital já está com cara de canteiro de obras _ pelo menos em um trecho de 700 metros. Operários em ação, máquinas circulando, cheiro de asfalto recém-colocado e canalizações empilhadas formam o cenário na Moab Caldas, no ponto onde começaram os trabalhos de duplicação de 5,3 quilômetros da Avenida Tronco.
O desafio será manter essa engrenagem em movimento. A prefeitura iniciou as obras em um trecho sem necessidade de desapropriações, enquanto espera que o processo de transferência das 1,4 mil famílias que moram sobre o futuro leito da avenida ocorra em ritmo acelerado o suficiente para não parar o trabalho.
Já foram adquiridas 19 áreas nas proximidades, por meio do programa Minha Casa Minha Vida, para cerca de mil residências. A fase é de chamamento das empresas interessadas na construção. O processo de transferência pode ganhar agilidade graças aos moradores que aceitaram receber da prefeitura o bônus moradia, por meio do qual serão adquiridas casas já construídas. Há 329 famílias no grupo.
Apesar da dificuldade de construir a avenida em uma área amplamente habitada, a prefeitura mantém a esperança de entregar a obra até a Copa de 2014. A previsão inicial era para dezembro do ano que vem.
- As moradias devem começar a ser construídas em outubro e novembro. Na medida em que forem ficando prontas, a duplicação vai avançar - afirma o secretário municipal de Gestão e Acompanhamento Estratégico, Urbano Schmitt.
Prevista há quatro décadas no Plano Diretor, a Avenida Tronco terá 40 metros de largura, comportando duas pistas para carros em cada lado, corredor de ônibus e ciclovia em toda a sua extensão, que vai do Hipódromo do Cristal até a Terceira Perimetral, com uma bifurcação para as imediações do Estádio Olímpico. Estão previstas intervenções paisagísticas nas rótulas.
A nova avenida utilizará trechos das vias Silva Paes, Moab Caldas, Tronco, Cruzeiro do Sul e da Divisa.
- É uma grande obra na engenharia e no aspecto social. As pessoas sairão de áreas que não são delas para casas de melhor qualidade - diz Schmitt. O custo da obra é R$ 140 milhões.