Depois do sumiço de bagagens, furto a passageiros e de rodas de veículos, o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, é cenário de um caso ainda mais enigmático. Quem invadiu a loja de celulares da operadora Vivo e como levou o estoque de mercadorias sem que ninguém tenha visto algo?
O aeroporto é um dos locais mais bem protegidos do Estado. Tem delegacias das polícias Federal e Civil, posto da Brigada Militar, seguranças da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), vigilantes terceirizados e quase duas centenas de câmeras de monitoramento operando 24 horas.
O surpreendente ataque à loja aconteceu há três semanas, possivelmente de madrugada, e até agora não existe qualquer pista dos criminosos que causaram um prejuízo de quase R$ 80 mil. Foram levados celulares de última geração, tabletes, entre outros aparelhos que estavam em uma espécie de depósito na parte dos fundos da loja.
Para entrar no depósito, os bandidos estouraram a fechadura da porta - o único sinal da presença dos ladrões no local. Por estar dentro do aeroporto, a loja não tinha alarme, e a fachada é coberta com cortinas flexíveis, que podem ter sido ultrapassadas sem grandes dificuldades.
O episódio é cercado de mistérios. Um dele é por que razão atacar aquele estabelecimento? A lógica indica que seria mais fácil entrar em algum outro nas extremidades do terminal, menos movimentadas. A loja da Vivo fica em ponto estratégico, ao lado da sala de embarque, no segundo piso, onde há intensa circulação de passageiros e de seguranças e onde estão instaladas pelo menos três câmeras de vigilância eletrônica.
A análise das imagens trouxe outra surpresa. Por razões desconhecidas, as câmeras, modernas, com cenas em alta definição, não registraram o ataque. Estariam apontadas para o lado oposto. Conforme a delegada Camila Franco Defaveri, da DP do Turista, que investiga o arrombamento, os equipamentos são novos, o manuseio exige conhecimento específico e os operadores estariam em fase de treinamento. A delegada evita revelar detalhes do caso.
- É surpreendente e nos deixa indignados. Não sabemos como pode acontecer isso. Estamos dando prioridade total - afirmou.
Ela diz que, em breve, as imagens das câmeras do aeroporto serão captadas pela delegacia, o que deve facilitar as investigações de crimes no terminal.
Por ser uma quase uma cidade, com circulação diária de mais de 30 mil pessoas e aberto 24 horas, o Salgado Filho ainda enfrenta outros problemas de segurança. Semanalmente, de três a quatro pessoas são vítimas de furtos de celulares, de notebooks ou sofrem com o sumiço de objetos de malas.
A delegada assegura que os furtos em bagagens reduziram após demissões de funcionários do serviço de transbordo de malas e com a prisão de pelo menos 10 pessoas envolvidos nos furtos.
Ação misteriosa
Polícia investiga ataque a loja de celulares dentro do aeroporto Salgado Filho, na Capital
Invasão ocorreu há três semanas e causou um prejuízo de quase R$ 80 mil
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