A bordo de uma caminhonete S-10, Iberê Vargas Braga, 21 anos, perdeu o controle do veículo no final da tarde de sábado, atropelou pessoas que pescavam ou passeavam pela ponte que une Tramandaí a Imbé, no Litoral Norte, e lançou perto de uma dezena de vítimas ao rio - que chega a atingir nove metros de profundidade nas imediações.No acidente, pelo menos duas pessoas morreram e uma segue desaparecida. Segundo o delegado Roger Brutti, o condutor da S-10 pode ser indiciado por homicídio doloso (quando se assume o risco de matar) e tentativa de homicídio.
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O teste do bafômetro feito por Braga apontou 1,06 miligrama de álcool por litro de ar expelido dos pulmões do motorista preso em flagrante, o que significa cerca de três vezes além do limite caracterizado como crime pelo Código de Trânsito Brasileiro (concentração acima de 0,33).
Com mais de 30 anos de pescaria no Rio Tramandaí, o professor aposentado de Nova Prata Danilo Griza, 63 anos, estava no Litoral a fim de pescar até o meio da semana. Um bloco de concreto projetado pelo choque do veículo contra a mureta de proteção da ponte lhe atingiu a perna. O servidor do Conselho Tutelar em Nova Prata conversou no domingo com ZH:
Zero Hora - O senhor conseguiu entender o que estava acontecendo no momento do acidente?
Danilo Griza - Foi o maior susto da minha vida. Na hora, não entendi nada. Ouvi um barulho, vi que um carro tinha batido em outro, escuro, olhei para o lado e vi ele vindo na minha direção. Pegou na mureta da ponte e derrubou umas 10 pessoas para dentro do rio.
ZH - O senhor não chegou a cair na água?
Griza - Não, eu fui atingido por um bloco de concreto da ponte, que se soltou depois de o carro bater na mureta de proteção. Levei uns 10 pontos na perna.
ZH - Chegou a pensar que iria morrer em algum momento?
Griza - Quando eu vi o carro vindo na minha direção, achei que ia morrer, sim. Por sorte, ele caiu no rio. Se a proteção da ponte fosse mais forte, ele viria raspando e pegando todo mundo. A ponte estava cheia àquela hora.
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