O Brasil encerrou sua participação nas Paralimpíadas de Tóquio com uma campanha histórica e boas perspectivas para o futuro. A começar pelo grande número de medalhistas jovens, que reforçam o ótimo potencial para os Jogos de Paris, daqui a apenas três anos, em 2024. Se o multicampeão Daniel Dias decidiu se aposentar das piscinas, outros nomes aparecem com força para ocupar o lugar do ídolo.
No atletismo e na natação, muitos atletas se destacaram, como Petrúcio Ferreira, o velocista paralímpico mais rápido do mundo nas pistas. Aos 24 anos, ele novamente se destacou nos Jogos e é o homem a ser batido em Paris 2024. Um dos seus principais adversários na classe T47 (deficiência nos membros superiores) é o carioca Washington Júnior, da mesma idade e que vem tendo uma evolução incrível.
Outra grata surpresa da delegação brasileira foi Jardênia Félix, da classe T20 (deficiência intelectual). Com apenas 17 anos, ela ficou com o bronze nos 400m, quando atingiu sua melhor marca da carreira.
— Agora vou tirar férias e descansar, para voltar com tudo de olho nos Jogos de Paris — disse.
Na piscina, Gabriel Araújo, da classe S2, fez muita festa e dancinhas ao levar dois ouros e uma prata. Aos 19 anos, ele tem um futuro promissor com possibilidade de fazer história no movimento paralímpico.
— Consegui executar tudo o que eu tinha treinado — comentou o atleta, que em Paris deve ter a companhia de outros companheiros das piscinas como Wendell Belarmino (23 anos) e Gabriel Bandeira (21 anos).
No judô, Alana Maldonado parece seguir os ippons do veterano e campeão Antônio Tenório nos tatames. Aos 26 anos, ela conquistou a medalha de ouro, que somou com sua prata obtida nos Jogos do Rio. Em Paris, vai em busca do bicampeonato.
— Sou outra atleta em relação aos Jogos do Rio. No Brasil, estava do lado dos meus amigos e da minha família. Agora, fui campeã na terra do judô — festejou.
Campanha
O Brasil encerrou sua participação nas Paralimpíadas com sua melhor campanha da história ao chegar a 22 ouros com a conquista da seleção de futebol de 5. Foi o quinto título paralímpico consecutivo do time. Na final, a equipe superou a Argentina por 1 a 0, gol de Nonato, e garantiu o penta.
O resultado superou o dos Jogos de Londres 2012, quando o Brasil obteve 21 medalhas de ouro. E a campanha nacional só não foi melhor porque Thiago Paulino obteve a vitória no arremesso de peso da classe F57, mas uma decisão horas depois anulou dois arremessos e ele caiu para o terceiro lugar na prova.
No pódio, o brasileiro protestou e mostrou toda sua indignação. O Comitê Paralímpico Brasileiro reclamou do resultado e lembrou que em nenhum momento foram apresentadas provas de irregularidade do atleta.