A Seletiva Olímpica Brasileira de natação começou nesta segunda-feira (19) no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro, e nas cinco provas disputadas duas vagas para os Jogos de Tóquio foram confirmadas.
O primeiro a carimbar o passaporte olímpico foi o carioca Guilherme Costa, do Minas Tênis Clube, que nadou os 400 m livre em 3min45seg85, quase um segundo abaixo do índice estabelecido pela Federação Internacional de Natação (Fina), que era de 3min46seg78. A marca obtida pelo nadador de 22 anos ainda superou os recordes sul-americano e brasileiro, que pertenciam a ele mesmo desde dezembro de 2019.
— Eu dei uma errada no terceiro 100 metros, mas consegui me recuperar. Quero agradecer meus pais, meu treinador (Rogério Karfunkelstein) e o meu primeiro técnico na natação, seu Luiz, que está de aniversário hoje e tinha me pedido o índice como presente—comemorou Guilherme, que já tem vaga assegurada na prova de maratonas aquáticas e ainda vai brigar por classificação nos 800 e 1.500 m livre.
A segunda vaga para Tóquio veio na prova mais aguardada da noite desta segunda, os 100 m peito masculino, que reuniu dois finalistas olímpicos, João Gomes Júnior e Felipe França, quinto e oitavo colocados nos Jogos Rio 2016, respectivamente, além de Felipe Lima, que nas eliminatórias já havia superado o índice de 59seg93, mas que precisava confirmar na final, já que os tempos das classificatórias não são considerados de acordo com os critérios da Fina.
E Felipe Lima não decepcionou. O cuiabano de 36 anos, que nos Jogos de Londres 2012 foi semifinalista, nadou em 59s43, superando o tempo exigido em 0s50. O experiente nadador do Pinheiros (SP) tem duas medalhas em Mundiais: prata nos 50 m peito em 2019 e bronze nos 100 m peito em 2013.
— Não estou satisfeito com o tempo. Estou trabalhando para nadar 58 segundos, mas infelizmente o Brasil não tem um piscina coberta pra gente não enfrentar as condições do clima - choveu e ventou na hora da prova. Mas foi bacana mesmo assim. Mas sei que tem muito para melhorar. Fiz a virada em 27seg20, mas a gente trabalhou pra volta ser em 31 segundos e sair os 58 segundos. Então tem ajustes para fazer e esse tempo virá na Olímpiada — avaliou Felipe.
Quem não teve o que comemorar e saiu muito frustrado foi Brandonn Almeida. O paulista de 24 anos, que disputou os Jogos Rio 2016, não conseguiu superar a marca exigida para os 400 m medley (4min15seg84) e não conseguiu a vaga. Com o tempo de 4min16seg49, ele venceu a prova mas ficou distante do sonho olímpico.
Nas duas provas femininas resultados esperados e também sem classificação para Tóquio. Nos 100 m borboleta, Giovanna Diamante (Pinheiros) fez 59seg03 contra 57seg92 exigidos pela Fina. O tempo porém, será decisivo para que ela integre o revezamento 4x100 m medley, que ainda busca classificação.
Já nos 400 m medley, Gabrielle Roncatto (Flamengo) venceu com 4min45seg51 e ficou muito distante dos 4min38seg53 necessários para obter a vaga nos Jogos Olímpicos.
A Seletiva Olímpica Brasileira prosseguirá na terça-feira (20), com as eliminatórias sendo disputadas pela manhã e as finais a partir das 18h30. Serão disputadas as provas femininas dos 100 m costas, 100 m peito e 400 m livre e as masculinas dos 200 m livre e 100 m costas. Os dois primeiros colocados de cada prova irão se classificar para a Olimpíada, desde que superam os índices estabelecidos.
Com as classificações de Guilherme Costa e Felipe Lima, o Time Brasil já tem 202 vagas asseguradas para os Jogos de Tóquio.