Fabiana Murer apontou a hérnia cervical, revelada por ela às vésperas da Olimpíada, como a culpada pela sua eliminação prematura no salto com vara do Rio 2016.
– Eu não conseguia ter força no braço. Troquei as varas para ver se ajudava, mas não deu – afirmou Fabiana, de óculos escuros, muito emocionada.
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– Sei que é difícil as pessoas entenderem, mas a vida do atleta tem disso. Você pode estar muito bem, e eu estava, fazendo marcas boas, mas no momento da competição surge uma lesão. Não é a primeira vez que me lesiono. Muitas vezes vocês nem ficam sabendo direito, é que os Jogos atraem os olhares.
Chateada, admitindo a decepção por três Olimpíadas frustradas, Fabiana negou que o nervosismo ou algum fator emocional a tenha prejudicado. Ela insistiu que fez tratamento dia e noite nesta reta final, mas sua preparação restou prejudicada.
O momento mais emocionante de sua entrevista ao final da prova na qual errou as três tentativas para atingir 4m55cm, muito abaixo de sua melhor marca, que é 4m85cm, se deu quando veio o tema: aposentadoria.
Fabiana confirmou que, aos 34 anos, vai parar nesta temporada. Ainda não sabe se competirá a etapa de Bruxelas do circuito mundial, devido aos problemas decorrentes da hérnia cervical. Ao falar da carreira, chorou:
– Não veio a medalha olímpica, mas tive uma carreira bonita, com títulos brasileiros, continentais e mundial. Muita gente me ajudou para eu chegar até aqui. Os brasileiros me apoiaram tanto quando souberam que me lesionei, nas horas difíceis – explicou Fabiana, para em seguida não conter o choro.
Em Pequim 2008, Fabiana foi eliminada por ter sido prejudicada pela organização dos Jogos: sua vara, a que ela treinava, desapareceu no momento da prova. Em Londres 2012, desistiu alegando ventos fortes demais.
*ZHESPORTES