Fabiana Murer descobriu, a poucos dias da Olimpíada, que terá de competir convivendo com uma hérnia de disco cervical. O problema é mais uma dificuldade para a atleta do salto com vara nos momentos que cercam edições dos Jogos Olímpicos. Campeã mundial (Daegu 2011), campeã mundial indoor (Doha 2010) e campeã dos Jogos Pan-Americanos (Rio 2007), a brasileira nunca conseguiu replicar o sucesso no principal palco do esporte mundial.
Em 2008, Fabiana passou por um dos momentos mais inusitados e bizarros da história olímpica. A organização do evento perdeu as varas com que a brasileira competiria. Depois de 10 minutos à procura e da dificuldade em controlar o nervosismo, Murer terminou a Olimpíada de Pequim apenas na 10ª colocação – depois de ter feito o segundo melhor salto da eliminatória, atrás apenas de Yelena Isinbaeva.
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Em 2012, sofreu com o vento forte em Londres e acertou apenas um salto, a 4m50cm. Sem conseguir saltar a 4m55cm, ficou fora inclusive das finais – exatamente no fechamento do ciclo em que havia conquistado os dois títulos mundiais de sua carreira. Yelena Isinbaeva foi a campeã olímpica outra vez.
O salto mais alto da carreira de Fabiana Murer foi no dia 3 de julho deste ano – 4m87cm durante o Troféu Brasil de Atletismo. Em Jogos Olímpicos, nunca acertou saltos maiores do que 4m50cm. No Mundial de 2016, a brasileira foi vice-campeã saltando 4m85cm. A cubana Yarisley Silva conseguiu 4m90cm.
Neste ano, Isinbaeva está fora da Olimpíada por conta da suspensão de toda a equipe russa de atletismo. Com isso, Murer tem uma chance maior de conquistar uma medalha olímpica pela primeira vez na carreira – mas, para isso, precisará superar a hérnia de disco e os traumas de Pequim e Londres.
*ZHESPORTES