O número definitivo finalmente saiu, nesta quinta-feira, véspera da cerimônia de abertura. No total, 271 russos poderão desfilar no Maracanã e 118 foram banidos, por conta do mega-escândalo de doping que abala o país.
Foi com um simples comunicado que o Comitê Olímpico Internacional (COI) fez o anúncio, no final da tarde. Poucas horas antes, o presidente da entidade, o alemão Thomas Bach, concedeu uma aguardada coletiva de imprensa, mas limitou-se a dizer que o número final sairia "mais tarde durante o dia".
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Na verdade, o primeiro a anunciar que a delegação russa terá 271 membros foi o presidente do Comitê Olímpico do País, Alexander Zhukov, antes mesmo da confirmação do COI.
Pouco mais de 30% dos 389 atletas inscritos inicialmente foram excluídos, vítimas das revelações do relatório McLaren, que detalhou o esquema sistemático de doping na Rússia, com supervisão do governo e participação ativa dos serviços secretos.
– Na maioria das modalidades, a equipe russa foi autorizada a competir – ressaltou Zhukov, citando, entre outros, o hipismo, a ginástica, a esgrima, o BMX, ou o vôlei, atual campeão olímpico no masculino.
A confirmação do COI foi o ponto final de um processo lançado no dia 18 de julho, com a divulgação do relatório McLaren, realizado por uma comissão independente da Agência Mundial Antidoping (Wada).
Apesar da Wada ter recomendado a exclusão total da Rússia dos Jogos, o COI preferiu não optar pela "solução nuclear", e deixou por conta das federações internacionais de cada esporte a responsabilidade de estabelecer listas de atletas elegíveis.
Essas listas foram submetidas nesta semana a um painel de três membros do COI, que ainda poderiam descartar atletas repescados pelas suas federações.
Um dos casos mais complicados foi o da natação. A Federação Internacional do esporte (Fina) anunciou na manhã desta quinta-feira que 31 dos 36 nadadores inscritos foram liberados para competir no Rio.
Entre os 31 liberados estão Vladimir Morozov e Nikita Lobintsev, que recorreram da suspensão diante do Tribunal Arbitral do Esporte (TAS). O canoísta Andrey Kraitor também foi repescado nesta quinta-feira.
Ainda sobram recursos do TAS a serem julgados. No total, o tribunal com sede em Lausanne, na Suíça, já registrou 18 processos, um recorde para uma única edição dos Jogos, sendo que 11 diziam respeito a atletas russos.
Dez deles ainda estão pendentes da decisão da mais mais alta jurisdição esportiva, que opera atualmente no Rio para agilizar os processos. Entre eles, duas nadadoras, quatro levantadores de peso e um lutador.