Alcançar o sonho de disputar uma edição dos Jogos Olímpicos é o principal objetivo de muitos atletas, mas o que dizer de alguém que conquista este feito cinco ou seis vezes? É para este seleto grupo de esportistas que as brasileiras Juliana Veloso e Formiga entraram em 2016.
Com a conquista de sua vaga à competição no Rio de Janeiro, Juliana Veloso se credenciou nos saltos ornamentais pela quinta vez aos Jogos – já conta no currículo com Sydney 2000, Atenas 2004, Pequim 2008 e Londres 2012. A carioca de 35 anos igualou o feito da levantadora Fofão, que se aposentou das quadras em 2015.
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– Nunca imaginei que fosse para tantas Olimpíadas. O meu objetivo nunca foi empilhar edições olímpicas, o meu objetivo era o passo a passo. Treinar, conseguir índices e consequentemente ir aos Jogos. A única Olimpíada que eu quis muito mesmo foi essa do Rio, por ser na minha casa e pelos meus dois filhos poderem ir torcer por mim – declarou a atleta.
Quinta Olimpíada que poderia ser a sexta. Por ser muito nova, Juliana foi cortada aos 15 anos em Atlanta 1996, apesar de ter classificado o país na modalidade. Fato que quase a fez desistir do esporte. Agora, 20 anos depois e com experiência de sobra, a atleta é realista em relação as suas chances no Rio 2016.
– Lógico que eu gostaria de ser uma campeã olímpica, mas não dá pra comparar a estrutura que as chinesas têm quando elas começam a treinar. Elas começam com a cama elástica, trampolim no seco, cinto na piscina, então é outra realidade. Pelo que tenho, com a estrutura que tenho, eu faço milagre. Mas eu sempre acredito, acho que você entrando em uma final olímpica, tudo pode acontecer – ressaltou.
Entre as recordistas brasileiras em participações olímpicos, Juliana está atrás apenas da meia da seleção brasileira de futebol, Formiga. Figurinha carimbada na lista do técnico Vadão, a jogadora de 38 anos foi convocada para sua sexta olimpíada e será a única atleta do futebol feminino mundial a disputar todas as edições dos Jogos desde que a modalidade foi incluída no calendário olímpico, em Atlanta 1996.
Com o feito, a meia é líder isolada entre as mulheres. Entre os homens, Formiga igualou os recordes do cavaleiro Rodrigo Pessoa, do mesatenista Hugo Hoyama e dos velejadores Torben Grael e Robert Scheidt.
Os recorde em participações brasileiras em Olimpíadas:
Formiga (futebol): 6 participações
Rodrigo Pessoa (hipismo): 6 participações
Hugo Hoyama (mesatenista): 6 participações
Robert Scheidt (velejador): 6 participações
Torben Grael (velejador): 6 participações
Juliana Veloso (saltos ornamentais): 5 participações
Emanuel (vôlei de praia): 5 participações
Fofão (vôlei): 5 participações
Confira trechos da entrevista com Juliana Veloso:
Você imaginou alguma vez que conseguiria se classificar para tantas Olimpíadas?
Não, nunca imaginei que fosse para tantas Olimpíadas. O meu objetivo nunca foi empilhar edições olímpicas, o meu objetivo era passo a passo. Treinar, conseguir índices e consequentemente ir para os Jogos. A única Olimpíada que eu quis mesmo foi essa do Rio, por ser na minha casa e pelos meus dois filhos irem torcer por mim.
Qual foi sua primeira reação quando percebeu que estava garantida no Rio 2016, sua quarta competição olímpica?
A sensação é de dever cumprido, missão cumprida e realizada. Meu objetivo foi alcançado, mais uma meta atingida e agora é ir bem na Olimpíada.
Tem algo de especial ou diferente na sua preparação para o Rio que não teve em outra Olimpíada? Ou é a mesma?
A preparação para cada Olimpíada é mais ou menos a mesma. Muda as vezes os recursos que você tem, de fazer preparação fora ou não. Mas o empenho, a garra, a vontade e a determinação é a mesma.
Qual o seu grande objetivo nos Jogos Rio 2016?
Meu grande objetivo é ir bem, conseguir fazer o melhor que posso e ver onde isso vai me levar.
Na sua opinião, quais são as forças olímpicas a serem batidas nos saltos ornamentais?
Nunca penso de quem eu tenho que ganhar, quais são as minhas adversárias. O meu maior adversário sou eu mesma, as adversidades que tenho na minha vida e as condições de treinamento que tenho. Quero estar realizada pessoalmente, quero fazer o melhor para mim porque eu treinei muito para isso. Mas as grandes potências na minha prova são China, Itália, Canadá, Estados Unidos, México e Rússia. Tem muita gente boa.
Você acredita na conquista de uma medalha olímpica no Brasil?
Lógico que eu gostaria de ser uma campeã olímpica, mas não dá pra comparar a estrutura que as chinesas têm quando ela começa a treinar. Elas começam com a cama elástica, trampolim no seco, sinto na piscina, então é outra realidade. Pelo que tenho, com a estrutura que tenho, eu faço milagre. Mas eu sempre acredito, acho que você entrando em uma final olímpica, tudo pode acontecer.
*ZHESPORTES