Um herói. Foi essa a palavra utilizada pelo presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Tomas Bach, para se referir a Pelé. Nesta quinta-feira, os dois, ao lado do presidente do Comitê Olímpico do Brasil, Carlos Arthur Nuzman, estiveram reunidos no Museu do "Rei", em Santos, em uma cerimônia de homenagem a um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos.
Pelé, que atuou pelo Santos, o New York Cosmos e a Seleção Brasileira durante sua carreira de 30 anos, nunca participou de uma Olimpíada, porém, recebeu a comenda da Ordem Olímpica do COI, maior honraria entregue aos esportistas, por sua contribuição ao desporto. Entre os brasileiros, apenas a ex-nadadora Maria Lenk e o ex-atleta Adhemar Ferreira da Silva possuem a medalha.
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– A ordem olímpica é a mais alta entregue a indivíduos que serviram a causa olímpica por meio do desenvolvimento do esporte ao redor do mundo. Por ser nosso mais alto prêmio, você pode imaginar que qualquer decisão sobre ela é considerada cuidadosamente. Então, no caso do Pelé, esses detalhes de discussão, nos tomaram muitos, muitos... segundos – brincou Bach.
Segundo o mandatário da principal entidade olímpica do mundo, Pelé foi um de seus heróis no esporte. O alemão, inclusive, jogou futebol quando mais novo, mas brincou que, por ter apenas uma perna boa, não teve uma carreira muito longa.
– Eu não era um jogador ruim, mas só tinha o pé esquerdo bom. Isso levou à minha decisão de seguir para a esgrima. Hoje é o primeiro dia que eu não me arrependo disso, porque se eu tivesse dois pés bons, talvez eu tivesse virado um jogador profissional e não me tornaria presidente do COI. E se eu não fosse o presidente, teria perdido a chance de entregar a ordem olímpica a um dos meus heróis – disse Bach.
De acordo com o brasileiro, as autoridades do COI tentaram por duas vezes entregar a honraria para Pelé, mas ele estava em Londres e nos Estados Unidos, por conta de eventos oficiais. Assim, o paulista pediu que a medalha fosse entregue em Santos, local que o projetou para o mundo.
– Quando meu assistente ficou sabendo da homenagem, estávamos na Inglaterra. Eles queriam fazer essa homenagem lá. Depois, eu estava nos EUA, e queriam lá. Então, falamos para o Nuzman: "Eu sei que vai ser difícil deslocar o pessoal do COI para cá, mas queria receber essa homenagem em Santos, porque foi de lá que saí para o mundo" – comentou Pelé.
Bach brinca com os 7 a 1 da Alemanha no Brasil
Um dos momentos mais curiosos do pronunciamento de Tomas Bach foi uma "brincadeira" feita pelo mandatário do Comitê Olímpico Internacional sobre os 7 a 1 aplicados pela Alemanha no Brasil na semifinal da Copa do Mundo de 2014.
Ao lado de Pelé, a quem considera um de seus maiores heróis no esporte, o alemão relembrou momentos da carreira do jogador brasileiro, sem esquecer de "cutucar" o Rei.
– Quando o Pelé estava em seu primor, o Brasil tinha o melhor time do mundo. Naquela época, eles até conseguiam vencer a Alemanha com facilidade (risos) – brincou Bach, antes de completar:
– Mas nunca pudemos culpá-lo por essas derrotas pelo modo elegante como ele e os brasileiros jogavam. Era uma alegria assistir.
*LANCEPRESS