Não errará na afirmação quem disser que o Brasil estará muito melhor preparado para a Olimpíada do que esteve para a Copa do Mundo. Também acertará de barbada quem comparar com larga vantagem o Rio de Janeiro dos Jogos Pan-Americanos de 2007 com o de agora. Claro que há de se considerar que os Jogos Olímpicos, na comparação com a Copa, envolvem apenas uma cidade e outras poucas que sediarão os jogos de futebol.
Há, faltando já menos de quatro meses para o evento, uma sensação de que as principais construções estarão concluídas. Por mais que o Rio ainda seja um canteiro de obras e que muitas delas fiquem inacabadas quando as competições começarem, já temos imagens excelentes que não víamos tão nítidas em 2014 quando a bola rolou. Porto Alegre é um exemplo. Realizou muito bem sua parte como anfitriã do Mundial de futebol, mas ainda hoje convive com teimosos projetos prometidos que parecem se negar a virar realidade. Houve muito mais "jeitinho" na Copa do que haverá na Olimpíada.
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Os eventos-teste até agora não apontaram nenhum fiasco carioca. Chega a haver algumas surpresas positivas por parte dos mais críticos, geralmente estrangeiros. Se é verdade que a suja Baía de Guanabara será o vexame olímpico, o Complexo de Deodoro, depois de uma demorada indefinição, se mostra uma atração à parte. O Parque Olímpico da Barra tem sua estrutura encaminhada e praticamente pronta. Até nas obras urbanas que não estão relacionadas diretamente aos locais de competições há destaques, sendo o maior deles o Museu do Amanhã, símbolo da revitalização de um Rio que estava muito mais para velho do que para antigo.
O custo, não há como negar, é de assustar e cabe uma imensa discussão sobre a realização da Olimpíada mesmo depois dela acabar. Isto apenas segue o que foi a Copa e o Pan. Vale lembrar que, em 2007, houve improvisos e uma série de fracassos na organização e construção de uma verdadeira estrutura de grande evento. O que se vê agora, no campo da efetivação revolucionária que um megaevento esportivo impõe para quem o sedia, é uma cidade que estará muito próxima de ser realmente maravilhosa, como não foi no Pan e tampouco – como o país – na Copa do Mundo.