Quantas medalhas irão ganhar, na Olimpíada do Rio de Janeiro, nossos atletas... Realmente, é isso o que importa? O lugar do país no ranking final do maior evento esportivo do mundo? Se voltarmos um pouco no tempo e analisarmos com cuidado nossas quadras, bolas, equipamentos e até nossos ginásios, que servem para "tudo" na prática de nossos queridos esportes.
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Seja o vôlei, futebol, tênis de mesa, judô ou a natação, a maior afirmação que podemos garantir é a evolução de cada modalidade. Estatísticas que mostram todos os detalhes de uma partida ou competição, os adversários, movimentação de cada atleta em tempo real e da sua equipe, suplementos e vitaminas, tênis com solados e tecnologias avançadas, palmilhas computadorizadas que medem seu coração em repouso ou em extrema atividade, monitoram até sua emoção.
Aonde chegarão estes superatletas com todos estes acompanhamentos? Podemos dizer, que fica fácil competir assim. Dá para lembrar de como era jogar vôlei em quadra de cimento ao ar livre, bola costurada, saltando em caixas de areia, arremessando pelotas em campos de futebol.
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Mas sempre, claro, calçando um bamba, ou um conga, ou, por que não, o famoso kichute! Lembram? Não quero ser muito saudosista ao lembrar que, em pouco tempo, cada professor de educação física tinha sua fórmula, e acreditava nela, para a formação de futuros atletas. Criaram-se equações e aprofundaram os estudos, os esportes aperfeiçoaram suas teorias e práticas, a ponto de se formar em resultados. Toda essa mudança, a fim de melhorar o seu, o meu e o nosso esporte, querido leitor.
Onde entra a atenção, o cuidado e o investimento no atleta que está iniciando? A iniciação esportiva tão comentada só é valorizada para trazer medalhas? Pendurar no peito de um menino sonhador e subir os degraus do pódio olímpico? Ou só vale, realmente, quando este atleta volta para sua cidade cheio de patrocinadores, mídia e glamour? E se não ganha, não valeu de nada? Fez tudo errado? Não, eu não vejo assim, mas essa é a nossa cultura. Fortalecemos quem chega em primeiro lugar - e não queremos que nossas crianças aprendam a serem competitivas. "Guri, não faz isso, não faz aquilo, é feio". Não, não é!
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Podemos, sim, conviver com as derrotas e frustrações, são elas que nos movem, sempre, para frente. Lembre-se dos depoimentos de quem perde, dizem: "Foi por um detalhe, quase", "Se não fosse o árbitro ou o erro do meu companheiro", "Mais um pouco eu conseguiria". O peso da desculpa, da vaia, dos amigos que não ligaram, do tapinha nas costas dos companheiros e do técnico.
Atletas têm em seu histórico de vida muito valor agregado, uns preciosos, outros nem tanto. Mas, somando tudo, diminuindo alguns fatores e dividindo os lucros, são infinitos os valores obtidos. Pelos professores, amigos, familiares, por um cachorro quente depois do treino. Portanto, continuamos a acreditar em seus mais profundos sonhos de ser um medalhista olímpico, seja bronze, prata ou ouro.
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Não importa o brilho, ou a cor do nobre metal, e tão pouco suas tecnologias e investimentos aplicados ao esporte. Mas, sim, o preço de cada gota valiosa de suor, esforço, dor, dedicação, entusiasmo, prazer, chuva, frio, calor, noites mal dormidas, nervosismo... Ufa!!! E o orgulho de fazer o seu melhor, sempre!
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Opinião
Paulão: o preço da medalha olímpica
Paulão
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