Fã declarada de MMA e da lutadora Ronda Rousey, a judoca Mayra Aguiar admite o sonho de enfrentar a norte-americana no futuro, após se aposentar do judô. Para a brasileira, uma das esperanças de medalha do Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio, o empecilho ao eventual duelo será a diferença de peso.
– O problema seria o peso, eu teria que baixar ou ela teria que subir um pouco. Mas seria uma coisa interessante lutar com ela no MMA. Seria bacana – projeta Mayra, que tem 70kg e compete na categoria até 78kg no circuito mundial do judô.
Ronda pesa 61kg quando está se preparando para lutar no UFC (Ultimate Fighting Championship). Quando competia no judô, se enquadrava na categoria até 70kg. É dessa época que vem a admiração de Mayra por Ronda. A americana competiu em alto nível no judô, com direito a duas participações em Olimpíadas.
Em Pequim-2008, subiu ao pódio com a medalha de bronze. No Brasil, competiu duas vezes, com sucesso. Foi medalha de prata no Mundial de 2007 e campeã no Pan-Americano do mesmo ano – iniciou sua carreira no MMA três anos depois. Com esta experiência de Ronda, Mayra acredita que poderia aprender muito, mesmo numa luta no octógono, local de disputa tradicional do MMA, em vez do tatame.
– Ela poderia me passar um pouco do que ela sabe. Seria bem legal – projeta a gaúcha de 24 anos.
Mayra aposta no retorno triunfal de Ronda às lutas, depois da primeira e dolorosa derrota sofrida pela americana no MMA, em novembro. Grande estrela do UFC feminino, ela foi nocauteada pela compatriota americana Holly Holm e precisou ser encaminhada ao hospital ao fim do confronto.
– Ninguém é vitorioso para sempre. Ela é uma atleta excelente e isso não mudou. Ela é guerreira, abriu as portas para o feminino no MMA. Com certeza, vai voltar, vai dar o melhor dela e vai conseguir o cinturão de volta – diz Mayra Aguiar, que diz que teria de convencer sua mãe antes de embarcar em uma eventual carreira no MMA.
– Nunca treinei de verdade, sou totalmente focada no meu esporte. Gosto de assistir. Teria que treinar bastante para ver se eu iria me adaptar. Mas primeiro tenho que convencer a minha mãe disso – diz a judoca, entre risos.
* Estadão Conteúdo