
A alegria se transformou em frustração para o brasileiro Almir Júnior no Mundial Indoor de Atletismo, disputado em Nanjing, na China. O atleta da Sogipa, que havia conquistado o bronze no salto triplo, viu escapar a medalha.
Após a disputa da prova, na madrugada desta sexta-feira (21), Almir foi desclassificado. O motivo foi a utilização de uma sapatilha proibida pela World Athletics desde setembro do ano passado.
Almir havia feito a marca de 17m22cm, em seu terceiro salto. O resultado renderia a ele seu segundo pódio na história da competição — foi prata em Birmingham, na Inglaterra, em 2018.
Recurso
A delegação brasileira entrou com recurso após a decisão. No entanto, há pessimismo sobre uma eventual reversão do resultado, já que os atletas tinham conhecimento prévio do material que não poderia ser utilizado.
Como ficou
Quem herdou a medalha foi Hugues Fabrice Zango, atleta de Burkina Faso e que havia ficado na quarta colocação. Zango saltou 17m10cm.
O ouro ficou com o cubano naturalizado italiano Andy Díaz Hernández, que foi bronze nos Jogos de Paris. Em Nanjing ele fez apena um salto e atingiu 17m80cm. Com a marca expressiva, ele optou por não realizar nenhuma outra tentativa.
A prata foi do chinês Yaming Zhu, vice-campeão olímpico em Tóquio-2020, que conseguiu 17m33cm em seu terceiro salto.
O Brasil ainda teve Elton Petronilho (Pinheiros-SP), que fez 16m28cm e terminou em 12º lugar.
Como havia sido a prova de Almir Junior
Almir iniciou a prova saltando 17m04cm e terminou a primeira rodada em terceiro, com Díaz (17m8-cm) liderando, seguido pelo chinês Wen Su (17m09cm).
Na rodada seguinte, o brasileiro melhorou para 17m09cm e assumiu a segunda posição, já que Su queimou o seu salto. Díaz se manteve em primeiro sem sequer saltar.
A medalha seria garantida na terceira e última tentativa para os 15 competidores. Com 17m22cm, Almir pulou para segundo, mas seria ultrapassado por Zhu, que atingiu 17m33cm. Os cinco últimos colocados foram eliminados.
Os 10 primeiros tiveram a oportunidade de um quarto salto. Díaz seguiu sem saltar. Almir acabou queimando, prejudicado por uma paralisação de 15 minutos para que o sistema que afere as marcas fosse consertado, logo após falhar no salto do chinês Su.
Após a quarta rodada, mais dois foram eliminados e os oito melhores seguiram na disputa. Díaz, líder absoluto mais uma vez não saltou. E nenhum dos atletas conseguiu um salto superior aos anteriores. Almir Junior fez 16m95cm nesta fase, que voltou a eliminar mais dois concorrentes.
Os seis primeiros foram para a sexta e última rodada. Almir seria o quarto a saltar e, após o jamaicano Jordan Scott, o chinês Wen Su e o atual campeão mundial indoor e outdoor, Hugues Fabrice Zango, de Burkina Faso, não atingirem marcas superiores à sua, assegurou a medalha.
Quando fez seu último salto, o mato-grossense de 31 anos, que está radicado em Porto Alegre há uma década e meia, já tinha, até aquele momento, um lugar no pódio garantido e, por isso, sequer lamentou os 16m75cm.