Tornar-se um jogador profissional de futebol americano e jogar na NFL é uma missão difícil. Apenas 1,6% dos atletas que jogam no nível universitário ingressam na principal liga da modalidade. Há um brasileiro que sonha em estar nesta estatística. Ele é quarterback e filho de um dos grandes nomes da luta brasileira.
Com 19 anos, Davi Belfort carrega um sobrenome de peso no esporte, mas decidiu seguir um caminho diferente do pai Vitor Belfort, que já foi campeão do UFC. O jovem nascido no Rio de Janeiro se mudou com seis anos para os Estados Unidos com a família e decidiu se tornar um quarterback.
Em entrevista exclusiva ao PrimeCast — podcast de esportes americanos do Grupo RBS —, Davi conta que não sabia da existência do esporte quando chegou ao país. Contudo, aos poucos foi entendendo e se apaixonando pela bola oval. Ele explica o motivo de ter se tornado quarterback:
— O quaterback é o líder do time, sempre tem a chance de fazer uma jogada que muda o jogo. Eu falei para meus pais que queria atuar como quarterback e fazer isso pelo resto da minha vida. Comecei a jogar na posição com 13 anos e estava atrasado, porque a maioria começa a jogar mais cedo. Eu sabia que se eu queria ser um dos melhores da posição, eu teria que trabalhar o dobro.
O trabalho vem dando resultados. Vivendo com a família na Flórida, Davi estudou e jogou no high school (equivalente ao Ensino Médio no Brasil) na Western Wildcat Football. Obteve destaque e chamou atenção de boas universidade que disputam o College Football. A escolha do brasileiro foi por Virginia Tech, na cidade de Blacksburg, no estado da Virgínia.
O ano de 2024 é o seu primeiro como jogador universitário. Pelas regras, um atleta pode permanecer até cinco anos atuando no College Football. Davi é um frashman, que está no primeiro, e recebeu a redshirt — termo utilizado para um atleta que vai treinar com o time, mas não poderá atuar em uma temporada. Dessa forma, neste ano Davi não vai jogar e terá mais quatro anos para poder mostrar seu talento.
— Este ano eu estou aprendendo o máximo possível todos os dias. A faculdade é muito diferente do high school, está sendo uma transição muito legal, mas é bem diferente. Eu sou redshirt este ano para ter mais um ano de elegibilidade, que é muito normal. A maioria dos calouros faz isso, quase 90%, e o percentual é ainda maior para os quarterbacks, por ser uma posição que precisa ser mais experiente — explica.
A partir de 2025, o brasileiro já terá chances de jogar e com isso mostrar para os times da NFL que é um talento digno de atuar profissionalmente. A partir de 2028, Davi já poderá se eleger para o draft, que é o processo de recrutamento de jogadores universitários. Contudo, a tendência é de que ele se eleja mesmo em 2029, após cumprir todos os anos na universidade.
— Estou aprendendo muito com nosso quarterback, que já está jogando há três anos na faculdade. Quero aprender o máximo este ano e no próximo ano ganhar mais chances. Estou focado no meu desenvolvimento e sendo a melhor versão de mim todos os dias — conta o brasileiro.