O funeral do recordista mundial de maratona, Kelvin Kiptum, falecido em um acidente de carro no Quênia no último domingo, será realizado no dia 24 de fevereiro, confirmou à AFP um membro da Federação Queniana de Atletismo.
"Estabelecemos a data de 24 de fevereiro após consultar a família e o governo, que será responsável pela organização do funeral", declarou Barnabas Korir, diretor da Kenya Athletics.
A cerimônia vai acontecer em Chepsamo, aldeia do vale do Rift (oeste), onde o atleta vivia com sua família, informou a fonte.
"Esperamos a presença no enterro de personalidades como o presidente [do Quênia] William Ruto e do presidente da World Athletics [federação internacional], Sebastian Coe", acrescentou.
O governo queniano confirmou que ficará a cargo de todos os gastos e da organização da cerimônia.
- "Herói nacional" -
"Em homenagem ao falecido queniano recordista mundial de maratona, verdadeiro herói nacional, o governo apoiará a família de Kiptum dedicando a ele um adeus heroico e digno", afirmou o Executivo em um comunicado publicado nesta quarta-feira (14).
"Kiptum era uma potência esportiva cujas conquistas inspiraram milhões de pessoas em todo o mundo. Ele continua sendo o único ser humano na história a ter corrido uma maratona em menos de duas horas e um minuto", destaca a nota do governo.
A Kenya Athletics também anunciou o cancelamento das provas de classificação para os Jogos Africanos que deveriam acontecer na próxima sexta-feira e no sábado.
O maratonista, que aos 24 anos era casado e tinha dois filhos, morreu na noite do último domingo após sofrer um acidente, no qual também faleceu seu treinador Gervais Hakizimana, em uma estrada no vale do Rift, próximo ao local onde treinava.
Segundo os primeiros elementos da investigação, era Kiptum quem dirigia até Eldoret "quando perdeu o controle do carro e saiu da pista", rodando por cerca de 60 metros "até bater em uma grande árvore".
Uma terceira ocupante do carro ficou ferida e foi hospitalizada.
Apesar da juventude, Kiptum já era uma estrela do atletismo desde outubro do ano passado, quando estabeleceu um novo recorde mundial da maratona, depois de terminar a prova disputada em Chicago em 2h00m35s, superando em 34 segundos a marca de seu compatriota e lenda da modalidade Eliud Kipchoge.
Kiptum era esperado como uma das grandes atrações dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 e se preparava para tentar se tornar o primeiro atleta a correr uma maratona em menos de duas horas na prova de Roterdã, no dia 14 de abril.
A morte de Kiptum, que acontece após às de outras figuras do esporte queniano falecidas nos últimos anos, levou políticos do país a pedir mais ajuda para proteger e apoiar estes atletas, frequentemente "deixados de lado" pelas autoridades, apesar de o Quênia ser uma potências nas provas de fundo e meio fundo do atletismo.
* AFP