A Conmebol abriu um processo por manifestações de racismo contra dois jogadores do Santos durante a partida do time paulista contra o Audax do Chile, na quarta-feira, em Rancagua, a 80 quilômetros de Santiago, disse à AFP uma fonte da entidade esportiva.
"Há uma abertura de processo que implica em um caso aberto por questão de racismo" na partida Audax-Santos, afirmou a fonte da Conmebol na quarta-feira.
"É uma situação que vem se repetindo" no futebol sul-americano, disse ao rever as recentes sanções aplicadas pela instituição por discriminação e citando os casos do Nacional do Uruguai e do Racing da Argentina.
Aos dois clubes foi aplicada a multa máxima prevista pela Conmebol, de US$ 100 mil cada (R$ 499 mil, na cotação atual), por episódios discriminatórios ocorridos nas últimas partidas da Copa Libertadores.
Essas novas manifestações de racismo no futebol sul-americano ocorrem no momento em que uma repulsa mundial foi gerada após os ataques sofridos pelo atacante brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid, por torcedores do Valencia no último fim de semana, em jogo do campeonato espanhol.
A denúncia do clube paulista ocorreu um dia após o jogador colombiano Hugo Rodallega, do Independiente Santa Fe, afirmar que foi alvo de manifestações de racismo na terça-feira no duelo contra o Gimnasia y Esgrima em La Plata pela Copa Sul-Americana.
O Santos, que denunciou o caso à Conmebol, declarou nesta quinta-feira em um tuíte que "as injúrias raciais foram direcionadas aos jogadores Ângelo e Joaquim. Os dois atletas foram atacados verbalmente e com gestos imitando macacos por torcedores adversários [do Audax] presentes na partida de hoje."
A Conmebol reforçou em 2022 as sanções para manifestações racistas em torneios regionais, passando o valor máximo de 30 mil dólares (R$ 149 mil) para 100 mil dólares (R$ 499 mil). A entidade tomou essa decisão no momento em que vários atos discriminatórios foram registrados em jogos da Libertadores e da Sul-Americana, especialmente contra jogadores brasileiros e colombianos.
* AFP