Aposenta-se o tenista, fica a lenda. A partir de agora Roger Federer é um ex-jogador de tênis. Uma das carreiras mais reluzentes da história do esporte se encerrou, nesta sexta-feira (23), de maneira simbólica. Um simbolismo que representa o que foi um dos grandes atletas de todos os tempos. Os últimos minutos do suíço em quadra foram de simpatia, sorrisos, confraternização e celebração. Foi especial como os 25 anos em que ele esteve em quadra.
O ex-número 1 do mundo distribuiu seus últimos winners ao lado de Rafael Nadal, na partida de duplas do primeiro dia de jogos da Laver Cup, torneio amistoso de propriedade do próprio Federer. O ex-jogador e o espanhol foram adversários ferrenhos, mas nunca rivais. Mais do que jogarem para vencer, eles estavam juntos para se divertir.
Os dois fazem parte do Time Europa do torneio. Junto com eles na equipe Europa estão Novak Djokovic e Andy Murray. Juntos, o quarteto formou o Big Four que dominou o tênis nos últimos 20 anos. Foi a última vez que a maior geração da história deste esporte esteve em um mesmo local todos como tenistas. Agora, são apenas três jogadores.
Aos 41 anos, a bolinha amarela quicou pela última vez para para uma das mais extraordinárias carreiras em um prosaico winner na paralela. Todo tenista que se preze acredita até o fim do último ponto que a vitória seja possível, independentemente dos números estampados no placar. No caso da despedida do dono de 20 Grand Slams, seus torcedores, mais do que ele, queriam ter mais um ponto a mais, um game extra, um outro set, uma outra partida e, quem sabe, um outro troféu para a galeria que será fechada com 103 peças.
Mesmo que ele não jogasse há mais de um ano devido a uma lesão no joelho, sonhava-se que pudesse haver um retorno, se não triunfal, mas de despedida em um dos grandes torneios. Se o cenário não pôde ser Wimbledon, onde foi campeão oito vezes, o palco escolhido foi na mesma Londres onde é disputado o Grand Slam da grama. A O2 Arena também fez parte da história de Federer nas grandes vitórias no ATP Finals.
A partida diante dos americanos Jack Sock e Frances Tiafoe não foi sobre quem venceria e quem perderia. Foi para celebrar uma carreira de conto de fadas. O final, sob os olhares de toda a família Federer, pode não ter sido perfeito, mas foi dos mais felizes. O ginásio londrino se alvoroçou a cada vez que o nome de Federer era anunciado, a cada ponto vencido. Como recompensa, as testemunhas viram os movimentos leves e “sem esforço” do suíço.
Ah, claro, o jogo teve um placar. Federer e Nadal perderam por 2 a 1 (6/4, 7/6 e 11/9).