Justamente na data da finalíssima da Copa América Feminina, a técnica Pia Sundhage completou três anos no comando da Seleção Brasileira Feminina. O título sobre a Colômbia é mais um passo na consolidação de um novo ciclo que vem sendo construído após os Jogos Olímpicos de Tóquio.
— A decisão foi uma grande oportunidade para que as jogadoras mais jovens lidem com a pressão, com adversárias diferentes e com tipos diferentes de escalação inicial, que usamos para ajustar o nosso jogo. Esse torneio será muito importante lá na frente, e jogar a final nos obriga a lidar com esse sentimento de uma forma positiva. Precisamos de jogos acirrados, difíceis e distintos entre si, e acho que as mais novas conseguem perceber agora quão preparadas elas estão — avaliou a treinador sueca no pós-jogo.
A conquista sobre a Colômbia pontua feitos históricos. Maior vencedora do torneio, a equipe verde e amarela chegou à oitava taça com uma campanha invicta. A edição de 2022 foi a melhor em desempenho defensivo: nenhum gol sofrido, com Lorena sendo eleita a melhor goleira, e a primeira a atingir tal feito. Além disso, 18 das 23 convocadas participaram de sua primeira Copa América.
— É sempre muito bom fazer algo que ninguém conseguiu fazer antes. Não ceder gols é impressionante e isso se deve a uma defesa sólida, com jogadoras experientes como a Tamires. Temos jogadoras mais jovens na frente da última linha e, para mim tem sido fantástico vivenciar a Copa América. Por tudo que já vi estando nos EUA, na China e na Suécia, em todas aquelas Copas e Olimpíadas, estou muito grata pela final e pela atmosfera, porque as duas equipes mereciam isso. E estou muito orgulhosa de ter vindo lá da Suécia e ganhado essa bela medalha, graças às minhas jogadoras— comemorou Pia.
A chegada à final garantiu as classificações do Brasil para a disputa da Copa do Mundo da Nova Zelândia e da Austrália em 2023 e nos Jogos Olímpicos de Paris de 2024. Até lá, Pia já deixou claro as próximos passos que precisarão ser dados para a evolução:
— O principal é o aspecto tático, especialmente quando começamos o jogo e em relação ao ataque. A defesa é sólida e fomos bem nisso durante a partida, mas precisamos ser mais táticas e ter mais capacidade de mudar essa tática. As jogadoras que vêm do banco às vezes vão bem e, em outras, não vão como queríamos. É um desafio para jogadoras mais novas, porque atletas dessa idade, principalmente as brasileiras, têm muitos sentimentos. Se jogam com base nas emoções e vão bem, é fantástico. Mas se vão mal, precisam confiar na compactação e na tática. Para melhorar isso, precisamos de jogadoras experientes e de confrontos com adversários fortes.
Números da técnica Pia Sundhage com o Brasil
- 42 jogos
- 25 vitórias
- 11 empates
- 6 derrotas
- 108 gols marcados
- 30 sofridos