Depois de apurações da Polícia Civil e do 11º BPM, a investigação do Caso Rai Duarte, torcedor do Brasil-Pel agredido após a partida contra o São José, está nas mãos da Corregedoria da Brigada Militar. Conforme o corregedor Vladimir Luís Silva da Rosa, que lidera o processo, a BM busca solucionar o acontecimento o quanto antes, porém ainda depende da liberação das imagens no Estádio Francisco Novelletto, o Passo D'Areia, e do laudo médico do Hospital Cristo Redentor para avançar nas investigações.
Embora o São José tenha solicitado, as imagens do circuito interno do estádio são produzidas por uma empresa e ainda não foram enviadas para a corregedoria. Quanto ao laudo médico do hospital, ele só poderá ser disponibilizado mediante uma determinação judicial.
— Aquilo que não foi feito, estamos solicitando. Uma coisa é o que se diz, outra coisa é o que a imagem mostra. E nas imagens que nós temos, não tem em nenhum momento a agressão nesse nível. Como o comandante já disse, a Brigada Militar não é conivente com o erro. As provas determinarão o resultado da investigação — afirma Rosa, explicando como serão os próximos passos e os obstáculos enfrentados:
— Nós gostaríamos de dar as respostas o mais breve possível. Mas alguns documentos, como o laudo médico, só são liberados pelo hospital mediante uma determinação judicial. Também temos que notificar e viajar a Pelotas para ouvir todos os envolvidos, ouvir os policiais que estavam aqui. Nós queremos velocidade, mas não ao ponto de esquecermos alguma coisa. Tudo para evitar as ilações de que a Brigada Militar não vai apurar com isenção.
Rai Duarte foi agredido após o jogo do Brasil-Pel contra o São José, no último dia 1º, em Porto Alegre, e segue internado em estado grave no Hospital Cristo Redentor, em função de um trauma no intestino. Ele é mantido sob sedação e ventilação mecânica, segundo o último boletim médico.
Início da investigação e trocas de funções
Os dois PMs que tiraram Rai Duarte do ônibus já foram interrogados. Esse é considerado um ponto de partida. Os demais envolvidos na operação do jogo também serão ouvidos pela Corregedoria da Brigada Militar. O efetivo envolvido no jogo entre São José e Brasil-Pel não será afastado. No entanto, conforme o corregedor Vladimir Rosa, eles deixaram a força-tática (grupo que atua em eventos esportivos, por exemplo) e foram deslocados para outras funções.
— Não pode-se afastar um policial só por alguém pedir. Não podemos causar um prejuízo sem volta. Nosso trabalho é feito dentro da lei, ninguém vai interferir na solução desse caso — destacou Rosa.