O Minas Tênis Clube se sagrou campeão da Superliga Feminina de Vôlei, ao derrotar o Praia Clube, em Brasília, por 3 sets a 1, com parciais de 26/24, 18/25, 25/15 e 25/17. É o terceiro título consecutivo da equipe na principal competição nacional. A conquista veio com 2 a 0 na melhor de três partidas, pois no primeiro duelo a vitória também foi 3 a 1 para o time de Belo Horizonte.
O primeiro set foi o mais equilibrado. O Praia Clube chegou a abrir 23 a 20, mas cometeu vários erros nos momentos decisivos e permitiu a vitória do Minas por 26 a 24.
Aos gritos de "Eu acredito" de sua torcida presente ao ginásio Nilson Nelson, o Praia voltou muito melhor para o segundo set. Com grande atuação de Tainara, a equipe de Uberlândia abriu 17 a 12 no placar e conseguiu manter o ritmo para fechar o set em 25 a 18 e igualar a partida.
Daí para a frente o Minas dominou completamente a partida. Com a atuação empolgante de Pri Daroit e da turca Neri Ozsoy, o Minas logo abriu vantagem no placar (14 e 5) e não teve problemas para ficar a um título da conquista do título.
Quem esperou uma nova reação do Praia se decepcionou no quinto set. Com vários erros no ataque, a equipe do técnico Paulo Coco não teve forças para impedir o avanço das adversárias, que venceram por 25 a 17 e fecharam a partida.
—Estou muito feliz, muito grata. A força da equipe fez diferença. Foi necessário para a gente aprender, evoluir como pessoa. A gente precisa saber que tomar decisões certas faz diferenças. Saímos de uma dificuldade grande, soubemos passar pelas pancadas que levamos, e conseguimos isso unidas — disse a levantadora Macris, que voltou a jogar sem máscara, após todo o período de pandemia, inclusive nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Eleita a melhor jogadora da decisão, a oposta Kisy, que substituiu a lesionada norte-americana Danielle Cuttino na reta final do torneio, fez questão de ressaltar a importância da ex-jogadora Sheilla.
—Quero agradecer a Deus, ao time que em um momento tão importante se doou, ajudou. Não sei nem expressar o que sinto agora. A gente mereceu, trabalhou duro para isso. Todo mundo sabe como foi nossa temporada, de altos e baixos, e o melhor presente seria esse. A Sheila caiu do céu para mim, me ajuda a todo momento. Tudo que ela faz por mim... tenho muita sorte de tê-la ao meu lado —afirmou a oposto Kisy.
Este foi o sétimo título brasileiro do Minas. Além das quatro conquistas da Superliga (2001/02, 2018/19, 2020/21 e 2021/22), o time minastenista também foi campeão de duas edições da Taça Brasil (1964 e 1974) e da Liga Nacional na temporada 1992/93.
Walewska se despede das quadras
A decisão marcou o último jogo na Superliga da central Walewska, do Praia Clube. A campeã olímpica de 2008 recebeu uma homenagem da CBV, entregue pelo vice-presidente Radamés Lattari.
—Infelizmente hoje não ficamos com o título, mas não tenho do que reclamar. Foi uma carreira muito especial, com muitos títulos e alegrias. Tenho que agradecer a todos que me acompanharam em todos esses anos. Terminei minha última Superliga de cabeça erguida — comentou a jogadora de 42 anos
Macris é eleita a melhor jogadora da temporada
A levantadora Macris foi escolhida como a melhor da posição pela sétima vez na carreira. A jogadora da seleção brasileira vice-campeã olímpica em Tóquio também levou para casa o troféu de melhor atleta de toda a Superliga.
O time ideal acabou com três estrangeiras. Além da campeã Oszoy, eleita uma das melhores ponteiras, a dominicana Yonkaira Peña (Sesc RJ Flamengo) também foi premiada na ponta, assim como a oposta norte-americana Nia Reed (Sesi Bauru). O italiano Nicola Negro, do Minas, foi apontado como o melhor treinador.
Thaísa (Minas) e Carol (Praia Clube) ganharam como melhores centrais. Camila Brair (Osasco) ficou com o troféu de líbero, o capixaba Rogério Espicalsky foi escolhido o melhor árbitro e Carol ainda faturou o prêmio de craque da galera.