O tenista Novak Djokovic não poderá participar do Aberto da Austrália. Em julgamento concluído na madrugada deste domingo (16), foi decidido que o tenista ficará com seu visto cancelado e, por isso, não vai disputar a competição. Além disso, ele será deportado e terá que pagar os custos do julgamento. As informações são do site Globo Esporte.
O governo australiano entende que o tenista, por endossar a posição antivacina e ser uma celebridade pode ser uma influência negativa no combate à covid-19. Na disputa, Djokovic buscaria o recorde de 21 títulos no Grand Slam. A estreia de Djokovic no Grand Slam estava agendada para segunda-feira (17), contra o também sérvio Miomir Kecmanovic. A partida só seria confirmada caso o número 1 do mundo tivesse seu visto aprovado novamente, o que não ocorreu.
Na sexta-feira (14), por decisão dos Serviços a Imigrantes, Djokovic teve o visto cancelado por não estar vacinado contra a Covid-19. O tenista entrou com um recurso para ficar na Austrália a fim de reverter a decisão e conseguir participar do torneio. Mesmo com a revogação do visto, não havia decisão de deportação.
A conclusão final dependia do julgamento encerrado nesta madrugada, que ocorreu em Melbourne e foi composto por júri da Corte Federal. Os juízes responsáveis por esse veredito definitivo foram: James Allsop, Anthony Besanko e David O'Callaghan.
Durante o julgamento, o advogado do governo australiano Stephen Lloyd argumentou que a presença de Novak Djokovic na Austrália poderia influenciar outras pessoas por se tratar de uma celebridade. Na visão de Lloyd, o tenista "com ou sem razão", está endossando uma visão antivacina.
A defesa do número 1 do mundo afirma que Djokovic não fez campanha contra a vacinação apesar de ter se posicionado publicamente contra a obrigatoriedade da vacina contra a covid. A imunização é um requisito para a participação no Aberto da Austrália, mas o tenista conseguiu uma autorização de exceção médica concedida pelos organizadores do Grand Slam por ter sido infectado pelo coronavírus em dezembro.
Durante a audiência, a defesa do tenista argumentou para que o visto fosse restabelecido, enquanto as autoridades da Austrália defendiam o seu cancelamento, assim como o banimento do sérvio do Austrália Open e a sua deportação do país.
Djokovic chegou a admitir não ter cumprido isolamento após testar positivo para a covid e que houve um erro no preenchimento do formulário apresentado na imigração. Além disso, a revista alemã Der Spiegel levantou suspeitas sobre os exames do tenista.
O Austrália Open seguirá sem o número 1 do mundo. A organização do torneio ainda não comentou publicamente a decisão da justiça australiana.