A Associação dos Pais e Amigos do Voleibol (Apav), de Canoas, comunicou nesta sexta-feira (17) a decisão de não participar da disputa da Superliga B 2021, com início previsto para janeiro. A oficialização foi transmitida à Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) que, após consulta, não aceitou estender o prazo de inscrição das equipes para a competição nacional, que se encerra em agosto.
O pedido do clube fundamentou-se no cenário de insegurança econômica mundial, em virtude da pandemia de coronavírus, o que dificulta a captação de recursos junto a patrocinadores neste momento.
— As incertezas são muitas para que possamos assumir, agora, qualquer compromisso financeiro e administrativo. Hoje não temos condição de finalizar um processo de inscrição, por falta de receitas. Mesmo cumprindo com a exigência do Fair Play, ainda temos valores a saldar com nossos fornecedores. Neste sentido, solicitamos um prazo para que pudéssemos captar recursos e dar sequência ao projeto de alto rendimento no vôlei, porém não tivemos essa sinalização positiva da CBV. Com isso, decidimos não participar e abrir mão da nossa vaga na Superliga B — explicou o diretor institucional Almir Beltrame.
Campeão olímpico pelo Brasil em Atenas, em 2004, o gestor esportivo da Apav, Gustavo Endres, destacou a necessidade de reforçar o trabalho de formação do clube enquanto o cenário não favorecer a retomada do projeto de alto rendimento.
— Estamos em um período de incerteza das empresas no que se refere a recursos e investimentos, e os projetos de incentivo ao esporte em âmbito estadual e federal de certa forma pararam. Não vamos assumir compromissos sem a garantia de cumpri-los. Precisamos esperar passar este momento e focar agora nas categorias de base, para depois fazer um recomeço, nem que seja através da Superliga C — considera.
Com 10 anos de existência, a Apav é a única representante gaúcha na elite do vôlei nacional. Por seis temporadas seguidas, entre 2012 e 2018, disputou a Superliga A nacional, alcançando por duas vezes o sexto lugar. Nos dois últimos anos, após o sucesso do projeto "Salve O Vôlei Gaúcho", comandado por Endres, o clube gaúcho manteve suas atividades atuando na divisão B da modalidade.