Depois de apresentar a primeira entrevista de Ronaldinho desde que ele foi preso no Paraguai, a TV ABC Color trouxe à tona novos desdobramentos sobre o caso. Conforme o fiscal Marcelo Pecci, o Ministério Público do país analisou o conteúdo do celular de Roberto de Assis Moreira, irmão e empresário do ex-jogador, e pode averiguar que ele tinha conhecimento sobre a confecção dos documentos (carteira de identidade e passaporte) falsos.
— Roberto já sabia, antes de vir, que estavam sendo confeccionados os documentos paraguaios — declarou Pecci, em entrevista ao programa "Crime e Castigo".
A afirmação contradiz o que ambos disseram em depoimento à polícia, alegando que foram surpreendidos ao receberem os documentos no aeroporto, já em Assunção.
— Não sei se esqueceram ou se mentiram, mas nós temos elementos que indicam que eles tinham conhecimento da confecção dos passaportes. E, certamente, a investigação é mais ampla porque seguimos analisando possíveis conexões com outros feitos puníveis de conteúdo patrimonial que eles poderiam cometer aqui — completou o fiscal.
De acordo com Pecci, Ronaldinho não precisou entregar o seu telefone. Apenas o aparelho de Assis foi apreendido.
— Ronaldinho poderia ter entregue se fosse útil para as investigações, mas o de Roberto foi muito útil e nos dá uma visão bastante aproximada da hipótese que tínhamos. Não creio que algum fiscal no mundo pense que uma pessoa teria passaporte adulterado simplesmente para colecionar e deixaria de se aprofundar na investigação — explicou ele.
Os irmãos foram detidos há mais de um mês depois de ingressarem em Assunção portando documentos falsos. Eles alegam que haviam ido ao país para participar do lançamento de um cassino e para divulgar um livro biográfico sobre o ex-jogador. Atualmente, estão mantidos em prisão domiciliar em um luxuoso hotel na capital paraguaia.
Consultado pela reportagem de GaúchaZH, o advogado de Assis e Ronaldinho Sérgio Queiroz afirmou que desde o início do caso a defesa sustenta que os irmão sabiam que receberiam os passaportes. O que eles alegam, no entanto, é que não sabiam que esses documentos seriam falsos.