A seleção brasileira feminina de handebol é hexacampeã dos Jogos Pan-Americanos. Nesta terça-feira (30), em Lima, no Peru, a equipe, que está invicta há 36 jogos no torneio, venceu a Argentina, por 30 a 21, e além da medalha de ouro, carimbou o passaporte para os Jogos Olímpicos de 2020.
O clima era de clássico. A rivalidade esportiva entre os dois países estava presente na atmosfera do acanhado ginásio da Villa Deportiva Nacional (Videna), com capacidade para cerca de mil torcedores estava repleto. A execução dos hinos nacionais já foi um espetáculo à parte, com brasileiros e argentinos cantando a plenos pulmões nas arquibancadas.
Como de hábito, a barulhenta torcida argentina fez parecer que a partida estava sendo disputada em Buenos Aires. Esta foi a terceira final seguida entre as duas seleções no Pan. Aliás, dos seis títulos consecutivos do Brasil, quatro deles foram ganhos sobre as tradicionais rivais.
E o primeiro grito gol veio do lado brasileiro. Logo no primeiro ataque, aos 40 segundos, Duda Amorim acertou o canto esquerdo da goleira Marisol Carratu. Porém, no lance seguinte Macarena Sans deixou tudo igual.
As duas equipes passaram a se revezar em ataques, com as argentinas sempre marcando primeiro o gol, a partir do 2 a 1. Eleita melhor jogadora do mundo em 2014, Duda Amorim fez os três primeiros gols da equipe dirigida por Jorge Dueñas, que encontrava muitas dificuldades para superar o bom sistema defensivo argentino.
Com dificuldade para chegar ao gol argentino, o Brasil ficou dois gols atrás, aos 13 minutos, após um belo arremesso de Elke Karsten, que achou o canto direto da goleira Babi, fazendo 7 a 5. Sem soluções, Dueñas pediu um tempo pouco depois da metade da etapa inicial. A igualdade voltou ao marcador sos 22, quando Bruna fez o 9 a 9.
Mesmo depois de conseguir o empate, o time brasileiro seguiu sem ditar o ritmo da partida e a Argentina voltou a abrir dois de diferença, aos 26, quando a capitã Antonela Mena fez 11 a 9. Incomodadas com a arbitragem, as brasileiras reclamavam a cada marcação e até o técnico Jorge Duenãs foi punido, com um cartão amarelo, aos 27 minutos.
Uma roubada de bola de Larissa, no minuto final do primeiro tempo, cortou a distância para um gol. Trinta segundos depois, a própria camisa 20 do Brasil deixou tudo igual e as duas equipes foram para o vestiário com o placar apontando 12 a 12, repetindo o que ocorreu na final de Toronto, quatro anos atrás.
O segundo tempo começou com um gol de Sans, para a Argentina. Mas, rapidamente, Adriana empatou e Patrícia virou para 14 a 13. Depois de mais de 30 minutos, o Brasil voltou a liderar. Tamires, Adriana e Deonise ampliaram e aos 5 minutos a vantagem brasileira era de quatro gols (17 a 13).
Com a liderança, o Brasil passou a administrar o jogo e a utilizar sua maior experiência. Do atual grupo, sete jogadoras já tinham o gosto do título pan-americano. Deonise ganhou sua quarta medalha dourada, enquanto Babi, Duda Amorim e Ana Paula se sagraram tricampeãs.
No final, o 30 a 21 confirmou a superioridade brasileira, que segue sem perder desde 20 de março de 1995, nos Jogos de Mar del Plata, na Argentina. A próxima oportunidade para os rivais tentarem quebrar essa marca já tem data: 20 de outubro de 2023, os Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile, terão seu início.