O piloto Felipe Massa criticou, nesta quinta-feira (4), a proposta de construção de um autódromo no Rio de Janeiro para receber a Fórmula-1. Em sua conta oficial no Twitter, o brasileiro cobrou o presidente Jair Bolsonaro (PSL), de quem é apoiador, para que "pense bem".
A crítica de Massa aconteceu em réplica a um post do também piloto Lucas di Grassi, que questionou o valor do investimento.
Massa endossou a cobrança ao dizer que, para ele, não tem cabimento levar a ideia adiante. Marcando Bolsonaro em sua mensagem no Twitter, o ex-piloto de Sauber, Ferrari e Williams na F-1 previu um grande problema financeiro.
"Não tem cabimento nenhum fazer esse autódromo no Rio! E olha que sou a favor de novas pistas! Mas vai ser um grande problema financeiro esse autódromo para quem estiver pagando no lado privado! Pense bem se realmente será correto fazer esse autódromo no Rio", disse.
"Se olharmos no mundo todo, muitos autódromos sofrem muito para se manter. E tantos estão à venda! E no Rio não será diferente, presidente Jair Bolsonaro. Essa é a minha opinião", acrescentou.
No fim do mês passado, após encontro com representantes da F-1 no Palácio do Planalto, ao lado do governador fluminense, Wilson Witzel (PSC), Bolsonaro disse que há 99% de chances de o GP Brasil migrar de São Paulo para o Rio a partir de 2021.
A mudança viria com a construção de um novo autódromo na região de Deodoro, na zona oeste da cidade.
A prefeitura do Rio, sob gestão de Marcelo Crivela (PRB), anunciou, em 20 de maio, que o consórcio Rio Motorsports venceu a licitação para a construção e operação por 35 anos do circuito. Foi o único grupo a mostrar interesse no negócio.
O projeto de construção do autódromo está orçado em R$ 697 milhões e prevê uma pista de 5.835 m projetada pelo arquiteto alemão Hermann Tilke, autor dos desenhos de circuitos como os de Xangai, na China, e Sepang, na Malásia.
A capacidade de público será de 130 mil pessoas. Segundo o governo, não haverá dinheiro público no projeto. Enquanto isso, a capital paulista tenta manter a prova em Interlagos, com articulações entre o governador João Doria e o prefeito Bruno Covas (ambos do PSDB).