Comandante de um time que envolve adversários e garantiu vaga antecipada para a segunda fase da Série D, o técnico Pingo, do Caxias, alcançou uma marca inédita. Ele foi o primeiro técnico do futebol brasileiro a ser suspenso pelo terceiro cartão amarelo. A última advertência se deu no jogo de domingo, contra o Tubarão, que teve vitória de seu time por 2 a 0. Ficará de fora do confronto com o São Caetano, que não valerá nada especial pela classificação já obtida.
Você tem conseguido manter o estilo de jogo envolvente do Gauchão também na Série D.
Melhoramos, na minha visão. Estamos mais agressivos na marcação, mantendo a posse de bola. Os jogadores estão entendendo nossa proposta e já fazem o que pedimos de forma espontânea. E tenho percebido também que os torcedores compreendem. Claro que ainda dá um friozinho na barriga deles quando nosso goleiro sai jogando, mas é nossa característica. Construímos desde lá atrás. Minha maior preocupação é o bom futebol, acredito em desempenho. Prefiro ficar desempregado do que ir para uma equipe que só pense em resultado.
E a questão dos cartões?
Pois é. Entrei para a história do futebol brasileiro, né? (risos) Foram todos por reclamação. Peço aos jogadores que não deem porrada, que joguem bola. Mas na Série D batem muito. Cotovelada, carrinho. Contra o Tubarão, fiquei com 10 atletas por 15 minutos porque quase quebraram a perna do Foguinho (volante). Mas tenho que me controlar mesmo, preciso ficar mais calmo.
Leva mais cartão agora do que nos tempos de volante?
Ah, quando era volante eu fazia pior. Me metia em mais confusão. Ainda mais quando joguei aí no Grêmio (risos).
O que pode e o que não pode fazer no próximo jogo?
Posso ir ao estádio, mas não posso passar orientação, ficar no banco, essas coisas.
Quem fica no seu lugar?
O Bandoch, meu auxiliar. Já trabalhamos juntos há 10 anos.
Então o goleiro vai seguir saindo com a bola dominada?
(Risos) Vai, sim. Disso aí não abrimos mão.